Lavrador é condenado a 10 anos de cadeia por matar ex-amante

Pela segunda vez esta semana, o júri popular foi totalmente composto por mulheres designadas para decidir sobre crime contra outra mulher. Ontem, Paulo Sérgio Alves foi julgado e condenado pelo Conselho de Sentença a cumprir pena de dez anos pelo homicídio da ex-amante, em 2009, por inconformismo com o fim do relacionamento. Como Paulo permaneceu preso por dois anos, à espera de julgamento, e, por ser réu primário, sua pena será reduzida para 1/3, a expectativa é de que provavelmente o lavrador cumpra mais um ano em regime fechado e, além dos indultos prisionais, consiga progressão da pena para semiaberto.

De acordo com o próprio juiz da 2ª Vara Criminal de Uberaba, Habib Felipe Jabour, que presidiu o Tribunal do Júri, esta foi uma coincidência e uma raridade. Inicialmente, a pena base fixada foi de 13 anos, mas as sete mulheres escolhidas por sorteio para julgar o lavrador consideraram que o comportamento da vítima contribuiu para o crime “na medida em que, mesmo sendo casada e mãe de dois filhos menores, manteve um relacionamento extraconjugal com ele, por mais de um ano, em seu próprio ambiente de trabalho, e provavelmente alimentou suas esperanças de permanecerem juntos”, revela a sentença.

Isto fez com que o crime passasse a ser considerado homicídio privilegiado, o que foi fundamental para a redução de 1/5 da pena. A esposa do réu compareceu ao tribunal e chorou, ostentando um bebê de poucos meses no colo, na tentativa de comover ainda mais o corpo de jurados. A vítima deixou dois filhos ainda crianças.

Crime. O fato aconteceu às 10h30 do dia 2 de outubro de 2009, na rua Irmão Afonso. A vítima foi morta por Paulo quando se encontrava dentro do carro com o marido e os dois filhos do casal, uma menina de 9 e um menino de 7 anos. Em frente às crianças, ela foi atingida com dois tiros no peito e um nas costas. Paulo Sérgio foi preso cerca de 20 minutos após cometer o homicídio, quando se encontrava na BR-262.

Na época, em entrevista ao Jornal da Manhã, o réu afirmou que a vítima e ele tiveram um caso amoroso secreto, mas ela decidiu voltar para o marido. Ao saber do ocorrido, o gerente da fazenda onde os dois trabalhavam decidiu demiti-los. Após troca de ofensas com o marido da vítima e a vítima durante o exame demissional, Paulo Sérgio acabou por matá-la.