Os fósseis atribuídos a Eremotherium Laurillardi, conhecido popularmente por preguiça gigante, foram descobertos na malha urbana de Uberaba
Os fósseis atribuídos a Eremotherium Laurillardi, conhecido popularmente por preguiça gigante, foram descobertos
na malha urbana de Uberaba
Conhecida nacionalmente como “Terra dos Dinossauros”, Uberaba, localizada no Triângulo Mineiro, tem contribuído de forma sistêmica para o avanço da paleontologia no âmbito da pesquisa, ensino, popularização da ciência e turismo dos fósseis.
Através das ações do Centro Paleontológico Price e Museu dos Dinossauros da UFTM, achados únicos no mundo como o Uberabasuchus terrificus, Cambaremys langertoni e Uberabatitan ribeiroi, consagraram a localidade de Peirópolis, um bairro situado a 20 km do centro da cidade, notabilizando-o como referência nacional no estudo de fósseis de animais que teriam vivido entre 80 e 65 milhões de anos atrás.
“O que nunca se imaginou, foi a possibilidade de que em algum dia se pudesse encontrar fósseis de mamíferos gigantes, tendo-se em vista que, nestes 60 anos de escavações sequer um único dente de mamífero, mesmo que de alguns poucos milímetros, tenha sido descoberto”, afirma o diretor do Museu dos Dinossauros, geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro.
O fato novo é que espécimes inéditos (ossos diversos, fragmento de crânio e dentes) atribuídos a Eremotherium laurillardi, conhecido popularmente por preguiça gigante, foram descobertos em Uberaba.
O achado foi comunicado no dia 6 de fevereiro de 2006 ao Centro de Pesquisas Price, por Marleno de Jesus Alcântara, responsável pela doação dos mais de 40 exemplares ao Museu dos Dinossauros, em fevereiro do mesmo ano.
Os fósseis foram descobertos na malha urbana de Uberaba por José Bezerra de Campos (Zezinho) próximo ao bairro Grande Horizonte.
O geólogo comenta que a descoberta é única e reveste-se de fundamental importância. “É um marco para a paleontologia de Uberaba, não só por se tratar de um novo grupo que teria vivido na região, bem como, o estabelecimento de estudos que permitirão uma melhor compreensão dos ecossistemas terrestres em outro momento geológico, próximo a época atual”, destaca.
Para Luiz Carlos, a partir deste momento, a busca rápida de respostas para uma série de questionamentos e indagações é inexorável. “Qual seria a idade precisa destes grandes animais? Seriam eles realmente do Pleistoceno (1,8 milhões a 11,5 mil anos) o que normalmente acontece ou seriam mais recentes, do Holoceno (11 mil anos até a atualidade)? Teriam convivido com os primeiros homens pré-históricos do país? Tal achado abre novas perspectivas para descobertas de fósseis de outras espécies, inclusive de humanos?”, questiona.