Messi continua distante do FC Barcelona

Poucos têm dúvidas de que, para Lionel Messi, o clube de sua vida é o FC Barcelona. Ele passou a maior parte de sua carreira profissional lá. Na cidade catalã, conquistou a grande maioria de seus reconhecimentos e deve muito a este time; assim como o Barça deve muito a ele, pois foi o arquiteto dos grandes triunfos das duas últimas décadas. O argentino sempre afirmou que foi feliz durante esse período, no Camp Nou e com seus companheiros. Lá, ele cresceu como pessoa e como jogador, e continua sendo um ídolo para a torcida "Culé". No entanto, os últimos anos parecem ter prejudicado essa relação idílica.

Primeiro foi sua saída, em 2021. A negociação de sua renovação foi uma batalha de vazamentos e decisões de última hora que acabaram deixando o argentino como agente livre; daí, sua mudança para o PSG francês. É verdade que a situação econômica do clube e as restrições normativas da Liga espanhola impuseram limitações significativas. No entanto, Messi não ficou satisfeito com a atitude da diretoria e sua forma de gerenciar esse processo. Já em 2020, ele teve alguns atritos com a diretoria anterior; mas a chegada de Joan Laporta como presidente criou expectativas muito positivas para Leo.

Expectativas que, posteriormente, se transformaram em decepção. O jogador nascido em Rosario, na Argentina, queria melhores condições econômicas e algumas mudanças na equipe, para torná-la mais competitiva. No entanto, a Liga espanhola impôs restrições de gastos aos times, e o Barça não pôde fazer os ajustes necessários para dar ao atacante o que ele pedia para renovar.

Isso não foi fácil para nenhuma das partes envolvidas, mas o que, aparentemente, magoou Messi foi a forma como o clube tratou seu pai (e representante) Jorge Messi durante as conversas finais. Especialmente, no dia em que se esperava a assinatura da renovação.

O restante da história é, sem dúvida, conhecido: uma despedida com lágrimas e um novo capítulo na capital francesa. Mas o jogador saiu com tristeza pelo tratamento recebido, tanto a ele quanto ao seu pai. Sua estadia em Paris não melhorou as coisas e, provavelmente, aumentou a sensação de que tudo deveria ter sido diferente.

Para o Barça, também não foi uma vitória: a era pós-Messi trouxe um campeonato da Liga e uma Supercopa, mas não recuperou o nível que tinha com o argentino na equipe. Agora, embora a previsão para os próximos jogos coloque o Barcelona como favorito na maioria das vezes, o time está longe da liderança na competição espanhola.

A relação de Messi com o Barcelona não terminou com sua mudança para Paris. Nos últimos tempos, ele retomou o contato. No entanto, não foi para melhorar as coisas. Na verdade, tudo parece estar pior agora. Após sua saída do PSG, houve a possibilidade de voltar ao seu clube de toda a vida, mas mais uma vez as relações com a diretoria atual ficaram tensas. Algumas declarações do presidente não foram bem recebidas pelo jogador, e Leo parece não ter boa relação com eles nem interesse em manter mais contatos. Apesar de tudo, o jogador é discreto em suas aparições: ao receber o prêmio de atleta do ano da revista "Time", simplesmente declarou que seu retorno ao Barça não foi possível.

O último acontecimento relacionado a este assunto está relacionado a um jogo amistoso que poderia acontecer no próximo verão. Esse jogo seria entre o Inter de Miami, seu clube atual, e o FC Barcelona. Assim, o argentino enfrentaria seu time anterior — talvez no Camp Nou, o que significaria um retorno a casa. Mas o Inter de Beckham recusou, ao que parece. Oficialmente, por problemas de agenda. No entanto, não se sabe até que ponto Messi ficaria (ou não) animado em enfrentar esse evento com a diretoria atual ainda no poder.

Então, é difícil dizer se isso teve algo a ver com a decisão dos americanos. Quanto ao futuro, talvez quando houver algumas mudanças em Barcelona, o argentino recupere sua presença no lugar que foi seu lar.