RODOVIAS

Minas Gerais tem pelo menos 65% da malha viária avaliada como regular, ruim ou péssima, aponta CNT

No geral, a situação da malha viária brasileira melhorou nas condições gerais, que consideram pavimento, sinalização e geometria da via

Raíssa Pedrosa/O Tempo
Publicado em 17/12/2025 às 16:48
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Pelo menos 65,4% das rodovias que cortam Minas Gerais estão com o Estado Geral avaliado em regular (37,9%), ruim (24,2%) ou péssimo (3,3%). A avaliação consta na Pesquisa CNT de Rodovias 2025, apresentada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta quarta-feira (17/12).

O levantamento, financiado pelo SEST SENAT, leva em consideração toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais. A classificação do Estado Geral considera as três principais características da malha rodoviária: Pavimento, Sinalização e Geometria da Via. São avaliadas variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes.

Em MG, foram analisados 15.557 km, que representam 13,6% do total pesquisado no Brasil. Conforme a pesquisa, apenas 6,6% da extensão avaliada foi classificada como ótima e 28%, boa. 

A Geometria da Via, ou seja, o traçado, é um dos pontos que mais chamam atenção de forma negativa na pesquisa em Minas. Pelo menos 71,6% dos trechos foram classificados como regulares, ruim ou péssimos. Se considerar apenas os trechos ruins ou péssimos, são quase metade: 46,4%. Nesse contexto, conforme a pesquisa, as pistas simples predominam em 87,9%, falta acostamento em 55,1% dos trechos e 25,3% dos locais com curvas perigosas não têm sinalização. Ao todo, são 138 pontos críticos no estado.

Na avaliação da CNT, para recuperar as rodovias no estado, com ações emergenciais como reconstrução e restauração, além de manutenção, são necessários R$ 15,84 bilhões. Ainda conforme a pesquisa, o prejuízo gerado por acidentes em 2024 foi de R$ 2,15 bilhões em 2024.

Malha viária brasileira, no geral, melhorou

Apesar dos pontos críticos apresentados em Minas, a avaliação geral da CNT é de melhora na malha viária brasileira como um todo. O levantamento avaliou 114.197 km de rodovias pavimentadas e indica aumento de trechos em condições boas ou ótimas, além da redução de vias classificadas como ruins ou péssimas

De acordo com o estudo, 37,9% da extensão pesquisada (43.301 km) está em condições ótimas ou boas. Em 2024, foram 33%. Já os trechos avaliados como ruins ou péssimos caíram de 26,6% (29.776 km) para 19,1% (21.804 km). A categoria regular manteve proporção semelhante, com 43,0% (49.092 km) neste ano, frente a 40,4% (45.263 km) em 2024.

“Esta edição comprova que investimentos em infraestrutura geram resultados concretos. Reconhecemos os avanços recentes e os esforços do poder público para ampliar e qualificar a malha rodoviária brasileira. Já é possível perceber uma retomada no ritmo necessário de investimentos, mas é fundamental mantê-lo e ampliar ainda mais os recursos destinados ao setor”, afirma o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.

Ao detalhar os percentuais por tipo de gestão, a pesquisa revela redução significativa dos trechos ruins em rodovias concedidas e públicas. Entre as rodovias concedidas, apenas 618 km receberam essa classificação em 2025, ante 1.609 km em 2024, uma queda de 61,6%. Nas rodovias públicas, a redução foi de 23,3%, passando de 21.630 km para 16.594 km.

A pesquisa ainda registrou queda no número de pontos críticos, que passaram de 2.446 em 2024 para 2.144 em 2025, indicando melhora na segurança viária. A maioria das ocorrências ainda está relacionada a buracos grandes, mas houve redução também em erosões, quedas de barreira e outros problemas graves.

Custo de operação do transporte

A pesquisa mostra também que a qualidade do pavimento tem efeito direto no custo da operação de transporte: quanto pior for a condição da via, maiores serão o consumo de combustível, o desgaste dos veículos e o tempo de deslocamento. O levantamento mostra que, considerando os trechos classificados como bom, regular, ruim ou péssimo, estima-se que a qualidade do pavimento eleve, em média, em 31,2% os custos operacionais do transporte rodoviário no Brasil.

Nas rodovias sob gestão pública, 64,4% apresentam algum problema no pavimento, levando, em média, a um aumento de custos operacionais de até 35,8%. Nas rodovias concedidas, 34,4% apresentam algum tipo de irregularidade no pavimento, o que resulta em um aumento médio nos custos operacionais para os transportadores de até 18,4% em relação ao pavimento ótimo.

A má qualidade do pavimento gera desperdício anual estimado em R$ 7,2 bilhões somente com o consumo adicional de diesel, que é da ordem de 1,2 bilhão de litros. O valor, conforme cálculo da CNT, é suficiente para financiar soluções de baixo carbono, como aquisição de caminhões elétricos, produção de combustíveis renováveis e ações de reflorestamento.

Fonte: O Tempo.

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