GOLPE

Moraes decreta prisão preventiva de Silvinei Vasques após fuga no Paraguai

Condenado por tentativa de golpe, ex-chefe da PRF rompeu a tornozeleira eletrônica na madrugada do Natal e tentava partir para El Salvador

Levy Guimarães/O Tempo
Publicado em 26/12/2025 às 14:27
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Silvinei Vasques foi diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal no governo de Jair Bolsonaro (Foto/Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, após ele ter rompido a tornozeleira eletrônica e tentado fugir do Brasil através do Paraguai.

Condenado por tentativa de golpe de Estado, o ex-chefe da PRF no governo Jair Bolsonaro foi detido nesta sexta-feira (26/12) no aeroporto de Assunção, no Paraguai. Após ter atravessado a fronteira ilegalmente, ele tentava embarcar para El Salvador.

"Em 25/12/2025, a Polícia Federal noticiou nos autos a violação da medida  cautelar de monitoramento eletrônico de SILVINEI VASQUES, consistente em ausência de sinal de GPS e GPRS, bem como realizou diligências no endereço residencial do réu, não tendo sido o réu encontrado no regular cumprimento das medidas cautelares impostas", relata o ministro.

A tornozeleira de Silvinei ficou sem sinal por volta das 3h da madrugada do dia de Natal, enquanto por volta das 13h, foi desativada em definitivo, provavelmente devido ao término da bateria, de acordo com a PF.

Já na noite de quinta-feira (25/12), por volta das 23h, uma equipe da PF foi acionada para verificar o possível descumprimento das medidas restritivas de Silvinei. Os agentes foram recebidos pelos porteiros, que prestaram informações.

“Primeiramente, foi informado que a Polícia Penal do Estado de Santa Catarina esteve no local, aproximadamente às 20h09min, onde permaneceu até as 20h25min. Foram até o apartamento do réu, nº 706 - Bloco A, mas ninguém atendeu. [...]  Pode-se afirmar que o Réu esteve no local pelo menos até as 19h22min do dia 24/12/2025, quando não foi mais visto entrando ou saindo de carro”.

O rompimento da tornozeleira provocou o disparo de alarmes nas fronteiras, até que foram acionadas as autoridades paraguaias. Segundo o portal, Silvinei portava um passaporte paraguaio que não correspondia à sua identidade, o que teria sido o motivo inicial da prisão. A expectativa é que ele seja expulso do Paraguai pelo Ministério Público daquele país e seja entregue às autoridades brasileiras.

“A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL é firme no sentido da decretação da prisão em razão da fuga do distrito da culpa, quando demonstrada a pretensão de se furtar à aplicação da lei penal”, diz Moraes no despacho.

Condenação no STF

Silvinei era diretor-geral da PRF à época da tentativa de golpe. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

O ex-PRF foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão, por cinco crimes: organização criminosa, golpe de Estado, tentativa violenta de abolir o Estado democrático de direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

Ele fazia parte do chamado “núcleo 2” da ação penal. O grupo foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por ações gerenciais para o golpe, como a produção de minutas golpistas e a coordenação de operações contra adversários.

Entre as atividades apontadas a Silvinei, está um bloqueio, pela PRF, a rodovias em estados no Nordeste no dia do segundo turno das eleições. A medida foi criticada por atrasar a chegada de eleitores às suas zonas eleitorais, em regiões onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possuía ampla vantagem em relação a Jair Bolsonaro.

Por fim, a Primeira Turma do STF determinou, no dia 16 de dezembro, a perda de cargo de Silvinei Vasques na PRF. A medida é prevista pelo Código Penal quando um servidor público federal é condenado a uma pena superior a quatro anos de prisão em regime fechado.

Fonte: O Tempo

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