Laércio Conceição de Lima, titular da 15ª Promotoria de Justiça com atribuição Criminal e de Controle Externo da Atividade Policial, protocolou Ação Civil de Responsabilidade Por Ato de Improbidade Administrativa e Danos Patrimoniais contra cinco pessoas, sendo três policiais militares. No inquérito de 864 páginas, eles são acusados de irregularidades ocorridas na realização de obra de reforma do destacamento da Polícia Militar de Veríssimo, em acontecimentos relacionados à instalação de prostíbulo na cidade, comércio ilegal de arma de fogo, prática de jogos de azar, utilização de veículo oficial para fins particulares, uso de quintal do imóvel do destacamento para criação de galinhas e uso de energia para fins pessoais nos anos de 2010 e 2011.
O promotor do Ministério Público acusa Gilberto Eurípedes Bernardes, 3º sargento-PM; Carlos Antônio Lopes, 3º sargento-PM; Valter Luís de Oliveira, cabo-PM; e ainda os civis Adalberto Luís da Costa e Adilma Aparecida da Silva. Consta no inquérito que os policiais recebiam doações em dinheiro e cheque para realizar a reforma do destacamento da PM no município, mas sem formalizar o recebimento em favor da corporação em termos de doação, exigidos legalmente, o que implica em enriquecimento ilícito. Para a reforma do imóvel houve o consentimento e orientação do então comandante do 4º BPMG, coronel Lunardi, mas a orientação foi a de que essas doações fossem documentadas. “Vale anotar que a maioria das doações feitas pelas pessoas físicas foi entregue em dinheiro, na Casa de Materiais de Construção de Adalberto Luís da Costa, então vereador de Veríssimo, que reverteria em materiais para a reforma”.
Apurou-se que a loja de construções recebeu cerca de R$ 4.570,00, além de materiais como tijolos, areia e sacos de cimento doados. Sendo que apenas uma das empresas enviou material avaliado em R$ 3 mil, o que não teria sido contabilizado, já que não houve controle das doações. Laércio Conceição de Lima denuncia ainda que os policiais exigiam vantagem em dinheiro de Adilma Aparecida Silva, proprietária de prostíbulo, para que ela pudesse se instalar na cidade e explorar a prostituição livremente no município. “Objetivando instalar-se na cidade, Adilma esteve no destacamento policial e conversou com o Sgt Lopes. Em seguida, saiu na viatura policial com o propósito de arrumar casa onde funcionaria o prostíbulo. Esteve com ambos, pessoa conhecida por Tatu, filho do então Prefeito da cidade, que tinha conhecimento de imóveis para alugar, sendo que o mesmo foi quem indicou o imóvel para que a Adilma alugasse.”
Além disso, o promotor revela envolvimento dos policiais na cobrança de propina de R$ 1 mil para fazer vista grossa em operação de fiscalização e repressão do jogo do bicho na cidade. São acusados ainda de omissão na repressão a pessoas inabilitadas conduzindo veículos, dentre elas o filho do vereador Adalberto e do Sgtº Eurípedes, e de exigir vantagem em dinheiro e espécie de proprietária de açougue na cidade, para não prendê-la e nem registrar Termo Circunstancial de Ocorrência. São acusados ainda de revelar a programação de operações repressivas e ainda favorecer envolvidos com tráfico ilícito de armas.