Se num passado muito recente, pás, cimento e construção eram coisas apenas do mercado de trabalho de homens
Se num passado muito recente, pás, cimento e construção eram coisas apenas do mercado de trabalho de homens, agora deixaram de ser. Em Uberaba, as mulheres estão chegando “com força” nos canteiros de obra, colocando a mão na massa e disputando vagas nesse setor em condições de igualdade com os homens, e com um diferencial: o capricho.
As contratações começaram há pouco mais de um ano capitaneadas pelo engenheiro civil Leonardo Goulart de Castro, devido à escassez de mão-de-obra. Em sua avaliação, a tentativa de suprir a carência profissional deu certo, principalmente na fase de acabamento.
Hoje, a construtora em que trabalha emprega 15 mulheres nas obras de um conjunto habitacional. Todas, conforme assegurou, passaram por treinamento para adequar a mão-de-obra às exigências empresariais impostas pelo programa de qualidade adotado.
“As mulheres visualizam melhor o acabamento e sabem dar um toque fino no assentamento e rejunte de pisos e paredes. Hoje estão iguais ou melhores que os homens”, avalia Leonardo Castro.
Detentora de nove certificados profissionais que não lhe rendiam emprego, a servente Ana Maria Pereira Gomes, de 20 anos, afirma estar satisfeita. Indicada por um irmão que é pedreiro, foi contratada há dois meses pela construtora. Agora, quer alçar voos mais altos nesse setor, planejando estudar Engenharia Civil.
O presidente do Sindicato da Construção Civil, Nagib Cury, afirmou à reportagem ser defensor da expansão e qualificação da mão-de-obra feminina. Segundo ele, essas condições aferem mais qualidade e eficácia aos canteiros de obra de Uberaba e região.