ELEIÕES 2026

Nikolas sinaliza que não vai concorrer ao governo de Minas e base do PL nega apoio a Mateus Simões

Deputado federal comentou sobre o assunto após visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília

Simon Nascimento
Publicado em 21/11/2025 às 16:47
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sinalizou, nesta sexta-feira (21), que não deverá concorrer ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026. Após visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar disse que não houve nenhum pedido para que ele lançasse uma candidatura ao Palácio Tiradentes e indicou que deve tentar a reeleição no Congresso. 

“Hora nenhuma ele (Jair Bolsonaro) me pediu para ser candidato ao governo de Minas, pelo contrário. Talvez seja loucura o que eu vou falar aqui agora. Mas qualquer político do sistema se candidataria no meu local. Eu estou em primeiro nas pesquisas, tenho a rede social mais forte do Brasil em âmbito político. Tenho vigor, juventude, mas eu creio que eu posso trocar o presente pelo futuro porque é necessário ter estrutura para poder enfrentar aquilo que eu iria enfrentar”, disse Nikolas em entrevista a jornalistas após a visita. 

Indiretamente, o parlamentar deu a entender que a negativa ao governo de Minas está ligada à manutenção da imagem política dele. “É como se eu me candidatasse a piloto de avião sendo que os passageiros estão colocando o dedo no meu olho, querendo que o avião caia. Então, pode ser que muitas coisas que possam acontecer talvez não vão ser culpa minha”, continuou o deputado. 

Nikolas Ferreira ainda citou a indefinição no cenário nacional para justificar a decisão em não concorrer ao governo estadual. Com a condenação e possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos próximos dias, o campo à direita ainda não tem um nome definido sobre quem será o candidato a herdar a candidatura que seria de Bolsonaro. Governadores de Minas e Goiás, respectivamente, Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União) já se colocaram como pré-candidatos, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surge como o nome preferido por grande parte dos movimentos à direita. 

“O governo de Minas é complexo, a gente sabe que é um estado que precisa continuar não tendo o PT ali à frente de Minas Gerais e a gente sabe que o cenário está difícil por conta dessas indefinições. Quem será o presidente da República? A gente não sabe e isso dificulta as articulações com os demais partidos”, acrescentou. 

Rota de colisão

Em meio à indefinição sobre a candidatura ou não de Nikolas ao Executivo estadual, a base do Partido Liberal está levantando o tom contra uma possível aliança da sigla com o PSD, em torno da candidatura do vice-governador e pré-candidato ao governo, Mateus Simões. A resistência à costura com os pessedistas tem como base a relação ruim do governo de Romeu Zema (Novo) com representantes das forças de segurança. 

Deputados estaduais e federais do PL têm visto uma aproximação ‘forçada e oportunista’ do vice-governador na tentativa de aproximação com quadros importantes do partido e com as forças de segurança. Nesta semana, Simões foi ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar junto com Nikolas Ferreira para anunciar uma emenda de R$ 1 milhão, destinada pelo parlamentar, à corporação. 

Os dois gravaram um vídeo juntos, fato que gerou desconforto em outros deputados do PL que reclamam de não terem tido a oportunidade de divulgação ampla das emendas destinadas às forças de segurança em outras oportunidades. “Desde que assumi o mandato eu destino recursos para a Polícia Militar e não tive a oportunidade de fazer essa divulgação. Eu vejo mais uma tentativa do Simões em se aproximar do PL do que ao contrário”, disse o deputado estadual Eduardo Azevedo (PL) que defende o apoio à uma possível candidatura do irmão ao governo mineiro, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos)

O assunto inclusive foi tratado na última reunião da executiva do PL, com posicionamentos contrários contra a possível aliança. Um dos deputados que endossou o coro foi o presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, Sargento Rodrigues. No encontro, segundo relatos apurados, ele teria dito que caso o partido optasse por ‘fechar com Simões não poderiam contar’ com ele. 

O assunto também repercute na bancada mineira do PL em Brasília. À reportagem, um parlamentar disse que o cenário ideal para o partido seria ter Nikolas Ferreira concorrendo ao governo. Sem ele, uma possível aliança com o PSD é vista como um caminho difícil em função do estresse na relação com a gestão de Zema. “Na segurança pública, o único avanço no governo Zema foi a concessão do auxílio alimentação para os policiais. E ainda assim no anúncio o PL foi deixado de lado”, comentou ao lembrar que parlamentares do partido contribuíram para a concessão do benefício. 

“De resto, nesses quase oito anos não teve reconhecimento como houve em outros estados como Goiás e São Paulo. Para compor com o PL, o Simões deveria ter uma ação mais concreta e trazer para mais perto os representantes, fazer mais sinalizações, estabelecer um diálogo. A gente sempre vê uma postura de muita vaidade e petulância entre eles (Zema e Simões). É um cenário de difícil reversão”, complementou. 

A reportagem procurou a assessoria do vice-governador Mateus Simões e aguarda retorno. Já o presidente do PL em Minas, deputado federal Domingos Sávio disse que trabalha pela união o partido e indicou que as negociações com o PSD serão mantidas por ora. O parlamentar também deixou claro que a definição da aliança em Minas se dará somente após a definição de quem sucederá Jair Bolsonaro na disputa presidencial.

"Respeito a posição de todos os colegas, mas nós vamos buscar um consenso. Este consenso deverá estar em harmonia com a orientação do presidente Bolsonaro e da executiva nacional. Defendo a união da direita e centro direita em Minas pelo bem de nosso estado e pelo bem do Brasil", comentou. 

Fonte: O Tempo.

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