EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

OMS nega relação entre paracetamol, vacinas e autismo citada por Trump

Organização Mundial da Saúde afirma que evidências sobre medicamento são inconsistentes e reforça que vacinas não causam o transtorno

O Tempo
Publicado em 23/09/2025 às 16:26
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) refutou as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que associou o uso de paracetamol durante a gravidez e vacinas ao desenvolvimento de autismo em crianças. A manifestação ocorreu nesta terça-feira (23/9) durante coletiva de imprensa, quando a entidade internacional destacou a falta de evidências científicas consistentes para comprovar tal relação.

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, esclareceu a posição da organização sobre o tema após as afirmações do líder americano. "Alguns estudos observacionais sugeriram uma possível associação entre a exposição pré-natal ao paracetamol e o autismo, mas as evidências permanecem inconsistentes", explicou.

Jasarevic enfatizou que, apesar de algumas pesquisas indicarem uma possível conexão, outros estudos "não demonstraram tal relação". O porta-voz da OMS recomendou "cautela antes de concluir que existe uma relação causal" entre o uso do medicamento e o desenvolvimento do transtorno do espectro autista.

Na segunda-feira (22/9), Trump aconselhou mulheres grávidas a evitarem o paracetamol, relacionando o medicamento a um suposto alto risco de autismo. O presidente americano também questionou a segurança das vacinas, contrariando evidências científicas estabelecidas.

O paracetamol é um dos poucos analgésicos e antitérmicos recomendados para gestantes, já que outros medicamentos comuns para alívio de dores e febre, como aspirina e ibuprofeno, são geralmente contraindicados durante a gravidez, especialmente nos últimos meses.

Em relação às vacinas, Trump sugeriu modificações no calendário de imunização infantil, alegando que pessoas não vacinadas ou que não tomaram medicamentos não apresentavam autismo. Jasarevic respondeu diretamente a essas afirmações: "Vacinas salvam vidas, sabemos disso. Vacinas não causam autismo."

O representante da OMS alertou sobre os perigos de alterar os esquemas de vacinação sem base científica. "Quando os calendários de vacinação são adiados, alterados ou modificados sem verificação das evidências, o risco de infecção aumenta significativamente, não apenas para as crianças, mas também para toda a comunidade", explicou.

O autismo tem sido objeto de extensas pesquisas científicas por décadas. No início de 2025, a administração Trump prometeu descobrir rapidamente as causas do que denomina "epidemia de autismo". Muitos cientistas contestam essa caracterização, atribuindo o aumento nos diagnósticos principalmente a melhorias nos métodos de identificação do transtorno.

A OMS apresentou dados indicando que cerca de 62 milhões de pessoas globalmente vivem com algum transtorno do espectro autista. "Quase 62 milhões de pessoas vivem com um transtorno do espectro autista em todo o mundo, e está claro que, como comunidade internacional, devemos redobrar nossos esforços para compreender suas causas", afirmou Jasarevic.

Fonte: O Tempo.

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