Os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão em Barueri, na região metropolitana de São Paulo
A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quarta-feira (24) três mandados de busca e apreensão em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. O objetivo dos agentes é identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes, em Brasília, foram alvos de depredação e manifestantes radicais chegaram a pedir intervenção militar.
De acordo com o órgão de investigação, esses mandados são um complemento da 23ª fase da operação Lesa Pátria e foram cumpridos apenas nessa data por “conveniência investigativa”. Na época da deflagração daquele fase, foram cumpridos 47 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, na Bahia, e 46 de busca e apreensão.
Na última semana, os agentes haviam cumprido a 24ª fase da operação, quando foram expedidos 10 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, visando buscar provas do planejamento, financiamento e incitação aos atos de 8 de janeiro de 2023. O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi o principal alvo da operação.
Em nota, a PF diz que "os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime". Em suas 24 fases, a Lesa Pátria cumpriu 97 mandados de prisão preventiva e 323 de busca e apreensão. Além disso, confiscou R$ 25 milhões de investigados pelo movimento.
Confira e relembre cada fase da operação:
1ª fase - 20 de janeiro: Foram cumpridos 8 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, expedidos pelo STF, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
2ª fase - 23 de janeiro: PF prendeu Antônio Cláudio Alves Ferreira, que invadiu o Palácio do Planalto e destruiu o relógio histórico Balthazar Martinot Boulle, que pertenceu a dom João 6º. Ele foi preso em Uberlândia (MG) e encaminhado para a sede da Superintendência da PF em Brasília.
3ª fase - 27 de janeiro: Com operações no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal, os agentes da PF cumpriram 11 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão. O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, foi um dos alvos.
4ª fase - 3 de fevereiro: A Polícia Federal cumpriu três mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão nos Estados de Rondônia, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal.
5ª fase - 7 de fevereiro: A partir dessa fase da Lesa Pátria, policiais militares do Distrito Federal (DF) se tornam alvos das buscas e apreensões da PF. Um coronel, um capitão, um major e um tenente foram presos por suposto envolvimento nos atos.
6ª fase - 14 de fevereiro: A PF cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Sergipe.
7ª fase - 7 de março: Três pessoas foram presas. A PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Minas Gerais e no Paraná.
8ª fase - 17 de março: A PF prendeu preventivamente 32 pessoas. Os mandados foram expedidos pelo STF nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal.
9ª fase - 23 de março: A PF prendeu um major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Cláudio Mendes dos Santos, que liderou o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Segundo os agentes, ele teria ensinado “táticas de guerrilha”.
10ª fase - 18 de abril: Agentes da PF cumpriram mandados de prisão preventiva e outros 22 mandados de busca e apreensão em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
11ª fase - 11 de maio: Sem ordem de prisão expedida pelo STF, a PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Durante a operação, os agentes apreenderam apreenderam um arsenal – incluindo fuzis – na casa do empresário Adoilto Fernandes Coronel, apontado como um dos financiadores dos atos.
12ª fase - 23 de maio: Mirando policiais militares do Distrito Federal, os agentes da PF cumpriram um mandado de prisão e quatro de busca e apreensão em Brasília. Os militares são suspeitos de ordenar o recuo das tropas em frente à descida para o STF, o que teria facilitado a chegada dos manifestantes ao prédio do Supremo, que foi o mais destruído no ataque.
13ª fase - 27 de junho: Mirando um possível financiador dos atos do dia 8 de janeiro, a PF fez busca e apreensão na cidade de Itapetininga (SP). Milton de Oliveira Júnior, dono de uma rádio de Itapetininga que foi afiliada da Jovem Pan, admitiu publicamente que financiava os atos.
14ª fase - 17 de agosto: PF cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos Estados da Bahia, Goiás, Paraíba, Paraná e Santa Catarina. Entre os alvos de prisão estavam um pastor evangélico e uma cantora gospel. Eles são suspeitos de fomentar a “Festa da Selma”, codinome usado para os ataques aos prédios dos Três Poderes.
15ª fase - 29 de agosto: O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) de Goiás foi alvo da PF. Os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão em duas cidades ligadas ao parlamentar: Goiânia e Piracanjuba. Em junho de 2023, ele foi à tribuna da Assembleia Legislativa do Estado admitir que tinha financiado manifestações.
16ª fase - 5 de setembro: Os agentes da PF cumpriram 53 mandados de busca e apreensão por determinação do STF em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná contra supostos financiadores dos atos de 8 de janeiro.
17ª fase - 27 de setembro: PF cumpriu três mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Entre os presos estavam uma advogada suspeita de esconder celulares dos clientes presos no 8 de janeiro; e Aildo Francisco Lima, que fez uma transmissão ao vivo sentado na poltrona de Alexandre de Moraes, arrancada do plenário do STF.
18ª fase - 29 de setembro: O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes foi alvo da PF. Ele foi preso e teve os bens bloqueados. Investigações apontaram que o militar participou da invasão das sedes dos Três Poderes e foi um dos idealizadores do movimento que visava criar condições para uma intervenção militar. Ridauto foi diretor no Ministério da Saúde durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro.
19ª fase - 25 de outubro: Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão por determinação do STF em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF). Cinco pessoas foram presas.
20ª fase - 21 de novembro: PF prendeu dois alvos e cumpriu 10 mandados de busca e apreensão.
21ª fase - 28 de novembro: Os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão, e um de prisão. Os alvos estariam envolvidos nos atos de violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos dos prédios dos Três Poderes.
22ª fase - 30 de novembro: Agentes foram às ruas para cumprir 25 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva nos Estados de Santa Catarina e Minas Gerais. O Supremo determinou ainda a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados.
23ª fase - 8 de janeiro de 2024: No dia em que se completou um ano dos atos de 8 de janeiro, os agentes cumpriram 47 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, na Bahia, e 46 de busca e apreensão.
24ª fase - 18 de janeiro de 2024: O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi o principal alvo dessa fase. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do parlamentar, em seu gabinete na Câmara dos Deputados e em endereços no Rio de Janeiro. Ao todo, foram 10 mandados de busca e apreensão.
Fonte: O Tempo