A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 está projetada em 713,21 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 16,8% quando comparado com o ciclo anterior 2022/23, de 610,80 milhões de t, mostra o 4º e último levantamento sobre a safra 2023/24, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 18. O resultado representa novo recorde na série histórica acompanhada pela Conab, informa a estatal, em boletim.
De acordo com a Conab, a área colhida registrou um leve crescimento de 0,5%, estimada em 8,33 milhões de hectares ante 8,30 milhões de hectares em 2022/23. O rendimento médio teve um incremento de 16,2%, saindo de 73.655 quilos por hectare para 85 580 kg/ha.
"As condições climáticas e os investimentos do setor proporcionaram esse resultado, com destaque para a recuperação da produtividade no Centro-Sul do País", relatou a estatal.
A produção recorde de cana implicou aumento na fabricação dos subprodutos, disse a Conab. Com o mercado favorável ao açúcar, a maior parte da cana foi direcionada para a produção do adoçante, estimada em 45,68 milhões de toneladas, representando um aumento de 24,1% em relação à safra passada (36,81 milhões de t) e um novo recorde na série histórica.
Segundo a Conab, apesar da prioridade na produção de açúcar, o aumento da fabricação de cana deu suporte para um incremento na produção do biocombustível em relação à temporada 2022/2023. O produto com origem no esmagamento da cana-de-açúcar registrou um aumento de 11,9%, totalizando 29,69 bilhões de litros (26,52 bilhões de litros em 2022/23).
Já o etanol de milho teve um aumento relevante de 33,1% em comparação com safra anterior, novo recorde de produção, resultando em um volume de 5,92 bilhões de litros do biocombustível.
Neste cenário, a produção total de biocombustível alcançou 35,61 bilhões de litros, aumento de 15% em relação à safra anterior. Desse total, 14,29 bilhões de litros são de etanol anidro e 21,32 bilhões de litros de etanol hidratado.
Regiões
Conforme a Conab, no Sudeste, região que concentra a maior produção de cana-de-açúcar, houve aumento no volume colhido em 21%, quando comparado com a temporada anterior, totalizando 469 milhões de toneladas. A área colhida reduziu 0,6%, enquanto a produtividade média aumentou, justificado pelas melhores condições climáticas e dos investimentos para a renovação das lavouras, com uma estimativa de 91.987 kg/ha.
Já na segunda maior região produtora de cana, o Centro-Oeste, foi verificado aumento na área e na produtividade deste ciclo 2023/24.
"As condições climáticas apresentadas proporcionaram o adequado desenvolvimento das lavouras, com um rendimento médio de 81.537 kg/ha, em uma área de aproximadamente 1,78 milhão de hectares", informou a Conab.
O clima também favoreceu as lavouras do Sul, que apresentaram uma produtividade de 73.860 kg/ha, alta de 13,4% em comparação com o obtido na temporada anterior. Após sucessivas reduções da área colhida, a atual safra também apresentou aumento de área, o que resultou em uma produção de 38,73 milhões de toneladas de cana.
Na região Nordeste, a estimativa de produção de cana-de-açúcar é de 56,48 milhões de toneladas, discreta redução de 0,7% quando comparada com a safra anterior.
O aumento da área, continuando o movimento observado na safra passada de investimentos na recuperação de áreas anteriormente cultivadas, contribuiu para a produção semelhante à última safra, apesar da redução de produtividade.
Já no Norte, o incremento de área e as produtividades semelhantes à última safra resultaram em aumento de 3,1% na produção.