GERAL

Profissionais acumulam medo e prejuízos

Se para quem acompanha a situação das rodovias apenas pelos noticiários a situação já é preocupante

Paulo Fernando Borges
paulofernando1981@gmail.com
Publicado em 10/07/2011 às 19:36Atualizado em 19/12/2022 às 23:27
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Se para quem acompanha a situação das rodovias apenas pelos noticiários a situação já é preocupante, para os profissionais do transporte, que tiram do trabalho nas estradas o seu sustento, o quadro é ainda mais grave e assustador. Além dos prejuízos financeiros provocados pela má conservação da malha viária, há também os perigos proporcionados pela falta de segurança, seja ela referente aos perigos de acidente ou até mesmo pelos roubos de cargas, cada vez mais constantes.

Sérgio Bóscolo, diretor de uma transportadora com sede em Uberaba, conta que as “condições das rodovias da região sempre deixam a desejar”. Segundo ele, a manutenção é fraca e o fato de a responsabilidade ser do governo faz com que tudo se torne mais lento.

No entanto, Bóscolo vai mais longe, ao afirmar que a assistência por parte das polícias rodoviárias é fraca. “Se você utiliza uma rodovia privatizada, por exemplo, e tem um pneu furado, em dez minutos uma viatura chega para prestar socorro. Agora, se isso acontecer na BR-050, no trecho Uberaba-Uberlândia, o motorista precisa se virar. No Posto da Polícia Rodoviária Federal nunca tem ninguém. Se tem, fica lá dentro dormindo, ao invés de prestar segurança aos usuários. Tanto é assim que quase não se vê assaltos em rodovias privatizadas, ao contrário do que acontece naquelas que não são”, desabafa, em tom de desânimo, emendand “No trecho Uberaba-Delta, também na BR-050, o bicho pega”.

O inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Luis Neiva, rebate as críticas. Segundo ele, a prioridade da PRF é manter as viaturas em ronda pelo trecho de rodovias federais que chega a 230 quilômetros. “Os acidentes, normalmente, não acontecem na porta do posto policial. Além disso, temos outras atividades, como abordagem a veículos suspeitos e em atitudes irregulares”, afirma Neiva.

Já o caminhoneiro Elton Oliveira Diniz, 36 anos e pai de duas crianças, conta que, além do estresse natural provocado pelo trabalho, as dores de cabeça com custos de manutenção do veículo são cada vez mais maiores. Além disso, o medo de ser assaltado faz com que as noites sejam cada vez mais mal dormidas. “É difícil, pois não dá simplesmente para parar e trocar de serviço. Isso é o que sei fazer. Mas é complicado. Nunca fui vítima de assalto, mas já vi amigos sendo amarrados e largados em meio a matagais”, explica.

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