Recente pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontou queda no preço do etanol hidratado para o consumidor em 14 estados brasileiros. Em Minas Gerais, a queda foi de 65,05% para o consumidor, comparando-se à gasolina. Vale lembrar que a última pesquisa realizada pelo Procon Uberaba apontou queda de apenas um centavo no praço praticado nas bombas, no dia 4 de dezembro.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, este ano é um momento muito diferenciado do etanol hidratado no Brasil, observando a volta gradual do produto no mercado doméstico com maior oferta do produto.
“Tivemos um aumento da produção do etanol de cana. A safra foi maior, com Minas Gerais batendo o recorde de produção, e no Centro-Oeste do país tivemos um crescimento grande da produção de etanol de milho. Esses dois fatores fizeram com que a oferta [de etanol] crescesse”, explicou.
Campos relata que nos últimos dois anos, Minas Gerais estava com queda no consumo do etanol hidratado, ao compararmos com outros períodos.
“Em 2019, por exemplo, estava com o mesmo preço de etanol e gasolina na bomba do posto de combustíveis. Para cada litro de gasolina em Minas vendíamos um litro de etanol hidratado. Hoje para cada litro de gasolina, estamos vendendo meio de etanol hidratado. Então o consumo está muito aquém do potencial que a gente já consumiu no passado”, explica ele, que acredita que agora com a oferta maior do produto e consequente queda do valor nas bombas, o consumo do etanol hidratado deve aumentar e equiparar aos anos anteriores.
Outros estados
Na semana até o dia 2 de dezembro, o etanol continuou mais competitivo em relação à gasolina na Bahia, em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, além do Distrito Federal. No restante dos estados, continua mais vantajoso abastecer o carro com gasolina. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas, no período a média dos postos pesquisados no País o etanol tinha paridade de 63,23% ante a gasolina, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo.
A paridade estava em 69,90% na Bahia; 65,25% em Goiás; 56,58% em Mato Grosso; 63,35% em Mato Grosso do Sul; 63,32% em Minas Gerais; 65,05% no Paraná e 62,03% em São Paulo. No Distrito Federal, estava em 64,81%.
Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.