Ana Paula Veloso Fernandes está presa preventivamente sendo investigada por quatro homicídios (Foto/Reprodução)
A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, 36 anos, está presa preventivamente e é investigada por quatro homicídios supostamente cometidos por envenenamento em Guarulhos (SP), São Paulo e Duque de Caxias (RJ). O caso ganhou repercussão após um bolo com forte odor aparecer em uma sala de aula de uma universidade em Guarulhos, em abril deste ano.
Segundo o Ministério Público, Ana Paula seria “uma verdadeira serial killer”. A defesa dela e de sua irmã, Roberta Veloso, também citada nas investigações, afirma conduzir uma apuração independente “para garantir a ampla defesa e a correta elucidação dos fatos”.
O bolo, deixado com um bilhete assinado por uma mulher desconhecida, foi levado à segurança da universidade pela própria Ana Paula, que disse suspeitar de envenenamento. Em depoimento, ela afirmou acreditar que o nome no bilhete era o da esposa de um policial militar com quem havia se envolvido, e que vinha recebendo ameaças da mulher.
A estudante mencionou ainda que sua amiga Maria Aparecida Rodrigues, que teria descoberto que o policial era casado, havia sido encontrada morta dias antes, em 11 de abril, também em Guarulhos. Inicialmente, a morte foi tratada como ataque cardíaco, mas a polícia agora sustenta que Maria Aparecida foi envenenada por Ana Paula com um bolo.
As investigações indicam que o número de telefone usado para enviar mensagens de ameaça a outras pessoas envolvidas no caso estava vinculado ao celular de Ana Paula. Ela admitiu ter forjado o episódio do bolo, mas negou os homicídios.
Ana Paula foi denunciada à Justiça em setembro e responde por dois assassinatos em Guarulhos — um deles o de Marcelo Hari Fonseca, encontrado morto em janeiro em uma casa onde ela morava nos fundos. O relatório policial aponta que a estudante envenenou a vítima, limpou o local e ateou fogo no sofá.
Outros casos investigados envolvem a morte de Neil Corrêa da Silva, em Duque de Caxias, e do tunisiano Hayder Mhazres, em São Paulo. Em ambos, a polícia afirma que Ana Paula confessou os crimes.
Em interceptações telefônicas, a irmã de Ana Paula teria sugerido que ela cobrasse “R$ 4.000 por futuros TCCs”, expressão que, segundo o relatório, seria usada como código para assassinatos encomendados.
A Justiça já aceitou as denúncias referentes aos crimes de Guarulhos. Os outros dois casos seguem sob análise nas comarcas competentes.