A expectativa é que Lula e Trump se encontrem na Malásia, na manhã deste domingo (26/10) pelo horário de Brasília; tarifas e sanções serão discutidas pelos dois
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Malásia. A expectativa é que os dois se reúnam neste domingo (26/10). Horas depois, Lula disse que “trabalha com otimismo” para buscar uma solução e resolver os impasses entre os dois países.
“Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Então pode ficar certo que vai ter uma solução”, afirmou em entrevista a jornalistas na chegada de um compromisso no país asiático.
Em agenda anterior, Lula destacou que pode discutir qualquer assunto com Trump. "Não existe veto a nenhum assunto. Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto", afirmou o petista.
Enquanto embarcava nos EUA rumo à Malásia, Trump foi questionado se encontraria Lula e respondeu: “Acredito que sim”. O norte-americano também foi indagado se reduziria as tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros, e informou que “sob as circunstâncias certas”.
Apesar de já indicado pelos dois presidentes, a reunião ainda não foi confirmada nas agendas oficiais dos dois presidentes. A expectativa é que o encontro aconteça por volta de 18h em Kuala Lumpur, capital da Malásia (ou às 7h pelo horário de Brasília, considerando o fuso de 11 horas de diferença).
Eles estão no país para a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Entre os assuntos que devem ser discutidos entre os dois, está a tarifa de 50% impostas a produtos brasileiros vendidos pelo Brasil aos EUA, que começaram a valer em agosto.
Lula quer mostrar, por exemplo, que o país norte-americano tem um superávit de US$ 410 bilhões nas relações comerciais com o Brasil nos últimos 15 anos. Segundo ele, houve um “equívoco” nas taxações, que “não têm sustentação".
Outro assunto deve ser as sanções contra autoridades brasileiras, aplicadas com referência ao julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado que já condenou, entre outros réus, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Lei Magnitsky, por exemplo, que prevê uma série de restrições no campo financeiro, foi aplicada sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Moraes, outros ministros da Suprema Corte tiveram vistos revogados pelo governo Trump.
Lula e Trump tiveram um breve encontro no corredor da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, em 23 de setembro. Ao discursar no evento, o norte-americano comentou sobre a “química” entre os dois e anunciou um encontro em breve.
Esta foi a primeira sinalização pacífica entre os dois desde o anúncio da sanção comercial, em julho, com uma série de críticas disparadas pelo governo Trump ao Brasil.
Os presidentes também conversaram por telefone em 6 de outubro. Na ocasião, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações. Na semana passada, Rubio se encontrou com o chanceler Mauro Vieira para definir um cronograma.
Fonte: O Tempo.