Papa Francisco no Vaticano (Foto/Filippo MONTEFORTE/AFP)
O Vaticano condenou neste domingo (14) a tentativa de assassinato de Donald Trump durante um comício e manifestou a sua "preocupação" com um ataque que "prejudica as pessoas e a democracia".
"A Santa Sé expressa a sua preocupação após o episódio de violência da noite passada que fere as pessoas e a democracia, causando sofrimento e morte", afirmou um comunicado do Vaticano.
Entenda
Um comício do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi interrompido neste sábado (13) após sons de tiros. O atual candidato republicano foi baleado na orelha, enquanto duas pessoas ficaram gravemente feridas e outras duas foram mortas, incluindo o atirador. O Serviço Secreto diz que está investigando o caso.
Onde aconteceu
O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos participava de um comício em Butler, cerca de 50 quilômetros de Pittsburgh, capital do Estado da Pensilvânia. Havia expectativa de que ele anunciasse o nome de quem seria o vice na chapa dele durante esse evento.
Quando aconteceu
O ato político estava sendo transmitido ao vivo. As imagens mostram que ele discursava para um plateia de apoiadores por volta das 18h15 (horário local) deste sábado (13), quando foram ouvidos sons de disparos. Trump e pessoas que estavam atrás do palco baixaram.
O que ocorreu após os tiros
O ex-presidente caiu no chão e, ao levantar, estava com a orelha e parte do rosto manchados de sangue. Imediatamente ele foi cercado por agentes do serviço secreto que o escoltaram até o veículo. O local também foi evacuado.
Mortos e feridos
O promotor do Condado de Butler, Richard Goldinger, informou na noite deste sábado que duas pessoas foram mortas após o incidente: o atirador e um apoiador do republicano. Além disso, outras duas pessoas que participavam do comício ficaram gravemente feridas.
Como está Trump
Após o ataque, o porta-voz do partido rebublicano, Steven Cheung, informou que Trump estava bem e passou por uma avaliação médica. Posteriormente, o ex-presidente publicou em sua conta no X que foi baleado na parte superior da orelha direita.
“Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros, e senti imediatamente a bala rasgando a minha pele. Depois de muito sangramento, só então eu percebi o que tinha ocorrido", detalhou.
Quem era o atirador
O FBI, a polícia federal americana, revelou, na manhã deste domingo (14), a identidade do atirador de Butler. Trata-se de Thomas Matthew Crooks, 20. Eles também declararam que a motivação por trás do ataque não foi determinada.
O incidente está sendo investigado como uma tentativa de homicídio. Segundo o New York Times, um fuzil tipo do AR semiautomático foi encontrado na cena do crime.
O promotor do Condado de Butler, Richard Goldinger, disse que o atirador estava do lado de fora do local do evento. "Não sei como ele teria chegado ao local onde estava, mas ele estava do lado de fora do recinto. E acho que é algo que teremos que descobrir como ele chegou lá".
Segundo o chefe de Comunicações do Serviço Secreto dos EUA, Anthony Guglielmi, uma investigação está em curso e medidas de segurança foram implementadas.
Como era feita a segurança do evento
De acordo com a mídia local, para participar do evento era necessário realizar um registro online simples, fornecendo apenas algumas informações. Na entrada, os participantes passaram por uma checagem de segurança.
Devido ao calor, as medidas de segurança foram flexibilizadas, permitindo a entrada de guarda-chuvas sem ponta de metal e garrafas de água de plástico. As orientações proibiam a entrada de mochilas e bolsas.
O que disse Trump
"Quero agradecer ao Serviço Secreto dos Estados Unidos e a todas as autoridades policiais pela rápida resposta ao tiroteio que acabou de ocorrer em Butler, Pensilvânia. Mais importante do que isso, quero prestar condolências à família da pessoa que morreu durante o comício e também à família de outra pessoa que ficou gravemente ferida. É incrível como um ato como esse possa ocorrer em nosso país. Nada se sabe até o momento sobre o atirador, que agora está morto. Fui atingido por uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado, pois ouvi um zumbido, tiros, e senti imediatamente a bala rasgando a pele. Depois de muito sangramento, só então eu percebi o que tinha ocorrido. Deus abençoe a América”.
O que disse o presidente dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na noite deste sábado, no X (antigo Twitter), que "não há lugar" na América para violência como à que acometeu seu adversário político. “Estou grato em saber que ele está seguro e bem. Estou rezando por ele e sua família e por todos aqueles que estiveram presentes no comício, enquanto aguardamos mais informações”.
“Jill (primeira-dama) e eu estamos gratos ao Serviço Secreto por colocá-lo em segurança. Não há lugar para esse tipo de violência na América. Devemos nos unir como uma nação para condená-lo”, completou.
O que disse o governo brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o atentado deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. “O que vimos hoje é inaceitável", disse em manifestação feita nas redes sociais.
O Ministério das Relações Exteriores seguiu a mesma linha em nota na qual diz que o governo brasileiro "condena o atentado ocorrido neste sábado, 13 de julho, contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump".
"Ao manifestar veemente repúdio ao atentado e desejo de pronta recuperação do ex-presidente, o Brasil reafirma ser inaceitável qualquer forma de violência política em sociedades democráticas e acompanha com atenção o pleno esclarecimento dos fatos".