Vaticano mantém proibição de mulheres no diaconato da Igreja Católica

Uma comissão interna do Vaticano decidiu manter a proibição de mulheres no diaconato da Igreja Católica. A votação ocorreu nessa quarta-feira (3/12) e a maioria dos membros se posicionou contra a permissão para que mulheres ocupem este cargo na hierarquia eclesiástica. A decisão responde às reivindicações de grupos de mulheres católicas que buscam maior participação nos cargos da instituição.

O diaconato representa o primeiro nível da hierarquia clerical católica, seguido por padres, bispos, arcebispos, cardeais e o Papa. Em comunicado oficial após a decisão, o Vaticano afirmou que a Igreja "não descarta a admissão de mulheres ao diaconato", mas reconheceu que atualmente "não é possível 'formular um juízo definitivo, como no caso da ordenação sacerdotal'".

A nota do Vaticano detalha os motivos da decisão: "O estado atual da questão, tanto na pesquisa histórica quanto na investigação teológica, bem como suas implicações mútuas, descarta a possibilidade de avançar na direção da admissão de mulheres ao diaconato, entendido como um grau do sacramento da Ordem".

Desde sua ascensão, o Papa Leão XIV não demonstrou intenção de promover mudanças em questões de gênero dentro da Igreja Católica. Esta postura difere de algumas iniciativas de seu antecessor, o Papa Francisco, que havia sinalizado interesse em ampliar a participação feminina em posições de liderança.

Durante seu pontificado, Francisco nomeou sete mulheres para funções de média e alta relevância na estrutura administrativa do Vaticano. Ele também estabeleceu duas comissões específicas para estudar a viabilidade da ordenação de mulheres como diaconisas, cargo que não confere autoridade para celebrar missas.

Francisco manteve-se alinhado à proibição de mulheres no sacerdócio estabelecida pelo Papa João Paulo II em 1994. A decisão da Comissão reafirma a manutenção da estrutura hierárquica exclusivamente masculina que caracteriza a Igreja Católica desde sua fundação.