Padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, compartilhou imagens nas redes sociais
Guardas-civis agridem pessoa em situação de rua em São Paulo (Foto/@padrejulio.lancellotti/Instagram/Reprodução)
Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) foram filmados agredindo com chutes e socos um homem em situação de rua durante uma abordagem embaixo do viaduto do Glicério, na região central de São Paulo, na manhã deste sábado (06/07).
O homem, que teria reagido à ação, recebeu chutes quando já estava rendido. O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, compartilhou vídeos das agressões nas redes sociais. Assista (há cenas explícitas de agressão):
Em nota, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que a GCM apura os fatos e que poderá aplicar medidas disciplinares depois do resultado dessa apuração.
As imagens mostram que três guardas-civis abordaram o rapaz, que resistiu e foi jogado ao chão. Mesmo caído, o homem foi cercado pelos agentes que deram chutes e socos nele.
Outro guarda usou o cassetete para bater no homem, que continuava resistindo. Ele, então, foi segurado por seis guardas, que, novamente, o jogaram no chão e pisaram nele.
Pessoas que presenciaram a cena se revoltaram e pediram para que os guardas parassem com a abordagem violenta. Nesse momento, um dos guardas apontou a arma em direção às pessoas que filmavam.
Excessos e abusos cometidos por guardas-civis metropolitanos têm sido alvo de ações judiciais. No fim de junho, a Justiça de São Paulo determinou que a GCM está impedida de usar balas de borracha, bomba de gás e formação de ataque semelhante à usada pela Polícia Militar durante ações em meio aos usuários de drogas que frequentam a cracolândia, no centro de São Paulo.
A decisão também determinou que a prefeitura crie um canal de comunicação para denúncias de abuso de agentes e encaminhá-las ao comando para a instauração de processos administrativos. A GCM também terá que formular em até 60 dias um plano rotineiro de atuação na cracolândia.
A decisão acatou em parte os pedidos da ação civil pública movida pelo Ministério Público após operação policial que dispersou dependentes químicos e prendeu traficantes em maio de 2017. A Justiça não acatou o pedido de impedir a GCM de atuar como polícia investigativa e ostensiva na cracolândia.
Fonte: O Tempo