Na manhã de quinta-feira (22), o Conselho Tutelar foi acionado em uma escola estadual de Uberaba, no bairro Guanabara, depois de uma adolescente, de 13 anos, denunciar ter sido vítima de estupro. Um homem, identificado, e encontrado pela Polícia Militar, teria amarrado e tampado a visão da garota para praticar o crime, na presença de um outro homem, nas redondezas da avenida General Osório.
De acordo com relatos da vítima, durante uma conversa com suas amigas, ela revelou ter sido violentada por um indivíduo que ela identifica como primo, embora não haja parentesco direto. Encorajada, a garota decidiu compartilhar o ocorrido com um professor, o que levou a direção da escola a tomar conhecimento do fato. Após ser informada, a direção acionou a Polícia Militar e o Conselho Tutelar.
No local, compareceram três conselheiras, que solicitaram um encontro com a adolescente. Durante a conversa, a vítima revelou que o agressor é alguém próximo à sua família, a quem ela se refere como "Nego". Embora relutante inicialmente, ela forneceu informações sobre a identidade, qualificação e endereço do suposto agressor. Enquanto estava sob os cuidados das conselheiras, uma equipe policial se deslocou até a residência da vítima para contatar sua mãe.
A mãe compareceu à escola e, ao tomar conhecimento dos fatos, forneceu os dados do agressor, incluindo sua qualificação e endereço. A partir dessas informações, as autoridades policiais iniciaram diligências para localizá-lo. Ele foi interceptado e detido por uma guarnição na cidade de Delta, sendo informado sobre as acusações contra ele, assim como seus direitos e garantias constitucionais.
Acompanhado por sua mãe, a garota relatou aos policiais que estava caminhando pela Avenida General Osório quando foi abordada pelo autor do crime. Ele a puxou pelo braço e a colocou à força em um veículo preto. Dentro do carro, ele cobriu seus olhos com uma faixa, e ela percebeu a presença de outro indivíduo, um amigo dele. Ela permaneceu no veículo por um curto período, sendo posteriormente levada para uma residência cujo local exato ela não conseguiu identificar.
Dentro do quarto, o agressor tirou suas roupas, deixando-a seminua. Em seguida, começou a tocar suas partes íntimas, causando dor. Ela gritava por socorro e pedia ao agressor que parasse, mas foi ignorada. Ela relata que ele chegou a introduzir os dedos em seu corpo por algum tempo, e sua visão ficava parcialmente obstruída por uma fresta entre a faixa e seu rosto. Após algum tempo, o agressor ordenou que a vítima se vestisse e a colocou novamente no carro, deixando-a em um quarteirão próximo à sua residência. O amigo do agressor permaneceu na casa durante esse deslocamento.
Antes de ela sair do veículo, o suposto autor a ameaçou, dizendo que mataria seus pais caso ela contasse algo a alguém. Em lágrimas, ela desceu do carro e correu para o banheiro ao chegar em casa, onde lavou o rosto para que sua mãe não percebesse o que havia ocorrido. Em seguida, ela foi para a escola e só decidiu compartilhar o ocorrido com uma amiga.
Além desse episódio recente, a garota também revelou que, quando tinha apenas oito anos, o pai do agressor abusou sexualmente dela em sua residência na cidade de Delta. Segundo o relato, desta vez, esse homem passou seu órgão genital nas partes íntimas da garota e tentou beijá-la. Ela também mencionou que o filho dele, suposto autor do caso relatado à diretoria da escola, a abusava na mesma época, expondo-a ao toque em seu corpo nu. Esses abusos acontecem desde que ela tinha oito anos de idade.
A mãe dela afirmou ter conhecimento desses fatos na época, mas não denunciou o ocorrido devido ao corte de laços familiares e à mudança de cidade. A menina foi encaminhada ao Hospital de Clínicas da UFTM para passar por um protocolo de atendimento a vítimas de abuso sexual, onde aguardava atendimento juntamente com sua mãe.
O pai da vítima acompanhou toda a ação policial e tomou conhecimento dos fatos somente hoje, alegando desconhecer que sua filha estava sendo vítima de violência sexual. Ele acompanhou os policiais até a delegacia de plantão para as providências necessárias. O registro desse incidente foi feito para fins de futuras investigações e ações judiciais.