As investigações da Operação Expocampo, deflagrada em 28 de novembro pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Polícia Civil, seguem revelando possíveis irregularidades em contratos da Prefeitura de Campo Florido. O novo foco das apurações é um ex-prefeito foragido da Justiça, que tem mandado de prisão em aberto e é suspeito de manter vínculos contratuais com o município por meio de empresas registradas em nome de familiares.
De acordo com fontes ligadas à investigação, as empresas foram recentemente criadas, com o suposto objetivo de prestar serviços de maquinário e equipamentos agrícolas. No entanto, não há comprovação da execução dos serviços, apesar de a Prefeitura ter efetuado pagamentos significativos, o que levanta suspeitas de desvio de recursos públicos.
O ex-prefeito já possui condenações anteriores por improbidade administrativa e foi obrigado pela Justiça a ressarcir valores aos cofres públicos referentes à sua gestão no início dos anos 2000. Para contornar os impedimentos legais decorrentes dessas condenações, ele teria recorrido ao uso de “laranjas” dentro da própria família, criando empresas em nomes de parentes para continuar firmando contratos com a administração municipal.
Durante as apurações, chamou atenção também a possível negociação do aluguel de um imóvel pertencente ao ex-prefeito pela Prefeitura de Campo Florido, com o intuito de instalar uma Casa do Idoso. O negócio volta a envolver o nome do ex-gestor em transações com o poder público, mesmo diante de restrições legais e de sua condição de foragido.
O MPMG informou que suas equipes continuam analisando o material apreendido nas diligências, que inclui documentos, notas fiscais e dispositivos eletrônicos. Segundo o órgão, novas medidas judiciais e diligências poderão ser adotadas, e o caso segue sob sigilo.