Jovem teria caído e batido a cabeça no chão após ter sido atingido por um golpe (Foto/Divulgação)
Familiares de um jovem de 22 anos denunciam agressão supostamente cometida durante abordagem policial em Delta. Segundo relatos enviados ao Jornal da Manhã, o rapaz está internado em estado grave no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba, para onde foi transferido no fim de semana.
Boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar aponta que a confusão começou durante uma perseguição a um veículo VW/Jetta, conduzido pelo tio do rapaz. O documento aponta que o motorista apresentava sinais de embriaguez e se recusou a realizar o teste do bafômetro, sendo então dada voz de prisão. Ainda conforme a versão da PM, o jovem teria se aproximado de um dos militares em atitude considerada suspeita, momento em que foi atingido por um golpe do policial e caiu, batendo a cabeça no chão. Ele foi socorrido inicialmente em Delta e, devido à gravidade do caso, transferido para Uberaba.
Em contato com o Jornal da Manhã, a mãe do rapaz contesta a versão policial e afirma que houve agressão desproporcional. “Meu filho tinha saído com meu irmão, eles estavam parados em uma tabacaria, quando a polícia chegou e pediu para fazer o bafômetro, mesmo com o carro estacionado. Meu irmão disse que não iria fazer e pediu para o meu filho buscar um cigarro no carro. Ele foi, mas o policial não permitiu. Mesmo assim, meu menino tentou entregar, foi quando o policial deu um murro na cara dele. Ele caiu no chão, bateu a cabeça na quina da sarjeta e ficou em coma”, relatou.
Ela também denuncia que a demora no atendimento agravou o quadro clínico. “A ambulância demorou muito, porque os policiais se recusaram a levá-lo e demoraram a prestar o socorro. Quando chegou, tinha só o motorista, sem equipe médica. Eu cheguei a pedir para levá-lo por conta própria, mas os policiais não deixaram. Quando ele caiu e ficou deitado, o sangue foi para o pulmão e deu pneumonia. Agora ele está vegetando”, contou. Segundo a mulher, a demora se deve ao fato de que os policiais acreditavam que o jovem estava apenas desmaiado por uso de drogas ou álcool.
O caso gerou forte revolta em Delta e está sendo acompanhado pela comunidade local, que denuncia excesso na atuação dos policiais e pede investigação rigorosa.
O jovem segue internado em estado grave. Já o tio da vítima também foi encaminhado à unidade de saúde com ferimentos leves e segue preso por direção sob influência de efeito de álcool/substância psicoativa que determine dependência. Ele admitiu a ingestão de álcool.
A reportagem do Jornal da Manhã acionou a assessoria de imprensa da Polícia Militar acerca da denúncia feita pelos familiares e aguarda posicionamento. O espaço está aberto à manifestação.