Delegado Tiago Cruz, da Polícia Civil (Foto/Jairo Chagas)
Concluída a última fase da Operação Brahman, nesta terça-feira (4), sete fiscais da Vigilância Sanitária municipal serão indiciados por corrupção passiva e ativa. Conforme a apuração da Polícia Civil, os agentes avisavam os empresários de estabelecimentos do ramo alimentício sobre as datas de vistorias, em uma tentativa de driblar o cumprimento das normas.
As informações são do delegado Tiago Cruz Ferreira, responsável pela Operação Brahman. Na tarde de terça, donos e gerentes de churrascarias de Uberaba foram presos na 6ª e última fase da operação, que apreendeu, ao todo, mais de cinco toneladas de carne imprópria para consumo.
Conforme o delegado, foram 11 prisões em flagrante e 26 envolvidos indiciados. Entre eles, sete trabalhadores da Vigilância Sanitária de Uberaba que, rotineiramente, alertavam empresários sobre as fiscalizações em troca de “presentes”, como a própria carne comercializada.
“Importante reforçar que não é a Vigilância Sanitária que é corrupta, mas alguns dos agentes. De nove agentes que faziam a fiscalização específica em alimentos, com sete há indícios de trabalho de corrupção. Nós identificamos que eles eram próximos dos comerciantes e evitavam as fiscalizações. Um mantinha contato com outro e avisavam os comerciantes sobre os dias que seriam fiscalizados. Por isso a grande quantidade de carne apreendida, porque o produto não era fiscalizado. Eles recebiam presentes em troca, como as carnes dos estabelecimentos”, informou Tiago Cruz.
Os agentes públicos serão indiciados por associação criminosa, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica e prevaricação. Os empresários serão indiciados por corrupção ativa e alguns por associação criminosa e falsificação ideológica.
Com inquérito a ser concluído na próxima semana, durante a operação foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, cerca de cinco toneladas de alimentos impróprios ao consumo, 14 estabelecimentos fiscalizados, cinco cabeças de gado recuperadas, uma arma de fogo, 20 munições, 14 empresários indiciados, dois veterinários indiciados por corrupção ativa e falsidade ideológica, 11 celulares e diversos documentos apreendidos.
A reportagem do Jornal da Manhã questionou a Secretaria Municipal de Saúde, pela Prefeitura de Uberaba, para mais esclarecimentos sobre a investigação dos agentes fiscalizadores. Até o momento, não houve resposta e a matéria segue em atualização.
Na última resposta aos questionamentos sobre a operação, o Governo Municipal afirmou que acompanha o caso pela Controladoria-geral, órgão de controle interno do Município.