FURTO

Furto de 1.200 cabeças de gado registrado em Minas continua sem indiciamento

Mais de um ano se passou e, apesar do indício de participação de pelo menos dois suspeitos, ninguém foi sequer indiciado

Carlos Paiva
Publicado em 20/07/2024 às 17:58
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Devido à complexidade e magnitude do crime, o governador Romeu Zema chegou a intervir e determinar que a Polícia Civil, por meio do Depatri, com sede em Belo Horizonte, investigasse o caso (Foto/Reprodução)

Devido à complexidade e magnitude do crime, o governador Romeu Zema chegou a intervir e determinar que a Polícia Civil, por meio do Depatri, com sede em Belo Horizonte, investigasse o caso (Foto/Reprodução)

O estado de Minas Gerais foi cenário do maior furto de gado registrado em todo o país na última década e, até o momento, ninguém foi indiciado. Foram subtraídos de forma criminosa 1.200 animais da fazenda “Fazendinha”, localizada no município do Prata (MG), mas com escritório em Uberaba. Um prejuízo de mais de R$4 milhões. Devido à complexidade e magnitude do crime, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, chegou a intervir e determinar que a Polícia Civil, por meio do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), com sede em Belo Horizonte, investigasse o caso. Mais de um ano se passou e, apesar de pelo menos dois suspeitos de autoria, ninguém foi sequer indiciado. Existem suspeitas de envolvimento de frigoríficos da região de Uberaba.

De acordo com o que foi apurado pela reportagem do Jornal da Manhã, em maio de 2023, foram furtadas 300 cabeças de gado. Foi instaurado inquérito policial na Delegacia de Polícia Civil daquela cidade. Alguns envolvidos foram ouvidos pela autoridade policial que presidia as investigações e, apesar de fortes indícios indicando a participação de um ex-funcionário, nada foi feito.

Segundo relatos de uma fonte da reportagem que pediu para não ser identificada, o suspeito neste caso, que receberia cerca de R$2,4 mil por mês trabalhando na fazenda, ao se demitir, veio para Uberaba e montou um comércio no bairro Fabrício.

O caso ganhou ainda mais proporção quando, posteriormente, mais 900 cabeças de gado foram furtadas da mesma fazenda. Foi instaurado novo inquérito policial e ninguém foi indiciado, apesar das evidências ligarem um também funcionário ao crime.

A mesma fonte afirma que neste caso o funcionário seria morador da cidade de Prata. Ele também recebia cerca de 2,4 mil por mês, mas, após se demitir, comprou um carro novo, passou a ostentar correntes de ouro em seu corpo e hoje ganha a vida agiotando dinheiro a juros extorsivos.

Ainda conforme foi apurado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ao tomar ciência do furto de mais de 1.200 cabeças de gado, causando prejuízo de mais de R$4 milhões, determinou que o Depatri, em Belo Horizonte, investigasse e achasse os envolvidos. Os investigadores foram à cidade de Prata e, por mais que as evidências apontem para os dois suspeitos, nada foi feito.

A mesma fonte da reportagem afirma que a subtração criminosa das 1.200 cabeças de gado envolve uma quadrilha especializada em furtos e roubos de gado e que teria aliciado os funcionários da fazenda.

O bando teria atuação em todo o Triângulo Mineiro e com a possível participação de frigoríficos da região de Uberaba, uma vez que a rota do crime inclui os municípios de Delta (MG) e Conquista (MG). Os frigoríficos estariam comprando gado furtado, com nota fiscal falsa, para abaterem os animais e venderem a carne.

A reportagem também conversou com o advogado da empresa Agropecuária Esmeralda, com sede na avenida Leopoldino de Oliveira, em Uberaba, e responsável pela administração da fazenda “Fazendinha”, no Prata.

Segundo o advogado, assim que foi contratado, solicitou várias medidas cautelares, incluindo a quebra de sigilo telefônico e bancário, além da investigação do patrimônio dos suspeitos e interceptações telefônicas. Contudo, até agora, esses pedidos não foram despachados pelo delegado responsável.

O inquérito não está sob segredo de Justiça e a população é incentivada a fornecer qualquer informação que possa ajudar na resolução do caso. Denúncias podem ser feitas anonimamente pelo Disque Denúncia Unificado (DDU), através do tridígito 181, com a garantia de que a identidade dos denunciados será mantida em sigilo absoluto.

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