Operação Martelo Virtual foi coordenada pelo 5ºDPC, sediado em Uberaba, e cumpriu 12 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão em 12 cidades, de Minas, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro
Durante a operação, foram apreendidos documentos, 32 veículos e cerca de R$60 mil, além do sequestro de, aproximadamente, R$18 milhões em bens e valores e o bloqueio de mais de mil contas (FotoDivulgação)
Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na terça-feira (27), a segunda fase da Operação Martelo Virtual, que desarticulou organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas, conhecidas como “golpe do leilão”, e crimes de lavagem de dinheiro. A ação policial foi coordenada pelo 5º Departamento de Polícia Civil, sediado em Uberaba, sob a chefia do delegado-geral César Felipe Colombari.
Foram cumpridos 12 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão em 12 cidades nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Durante a operação, foram apreendidos documentos, 32 veículos e cerca de R$60 mil. A Justiça também determinou o sequestro de, aproximadamente, R$18 milhões em bens e valores, além do bloqueio de mais de mil contas bancárias e imóveis vinculados aos investigados.
As apurações indicam que o grupo atuava em pelo menos oito estados, vitimando mais de 250 pessoas, com prejuízos individuais que chegavam a R$200 mil. O esquema movimentou mais de R$18 milhões no último ano, por meio da criação de sites falsos de leilões de veículos, divulgados por anúncios pagos na internet. As vítimas eram levadas a negociar por aplicativos de mensagens e transferiam valores via Pix para contas de terceiros.
As prisões foram em Uberaba e Frutal, aqui no Triângulo Mineiro; Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e nas cidades de Curitiba e Rolândia, no Paraná. Agentes da PC lotados em Uberaba participaram da ação.
Há três anos a PC vinha apurando crimes e identificando os membros de organização especializada em promover falsos leilões. Uma única queixa surgida em Frutal, no início de tudo, foi o bastante. A PC chegou aos possíveis líderes da quadrilha, residentes em Santo André (SP).
Segundo o delegado João Carlos Garcia Pietro Júnior, a organização criminosa possuía estrutura sofisticada, com divisão de tarefas entre desenvolvedores dos sites falsos, captadores de “laranjas” e operadores financeiros, responsáveis por movimentar e ocultar os valores ilícitos. Parte do dinheiro era lavada por um grupo familiar de São Paulo, mediante a compra de bens em nome de terceiros.
A operação contou com o apoio das polícias civis do Paraná (PCPR) e de São Paulo (PCESP) e foi impulsionada por relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificaram movimentações financeiras suspeitas.
O delegado-geral e chefe do 5ºDPC, Felipe Colombari, alertou a população sobre o risco de golpes virtuais: “É fundamental desconfiar de sites com ofertas muito abaixo do mercado e evitar concluir negociações sem checar a procedência”.
A primeira fase da operação foi deflagrada em abril deste ano, também pela PCMG, com o apoio das polícias do Paraná e de São Paulo. Na ocasião, foram presos suspeitos em Curitiba e São José dos Pinhais e apreendidos celulares que reforçaram as investigações.
O nome da operação faz referência ao martelo utilizado em leilões presenciais, simbolizando no ambiente digital o fechamento de lances fraudulentos. A ferramenta era usada pelo grupo criminoso para conferir legitimidade aos golpes.