Denúncia anônima levou policiais militares a prenderem um homem, de 31 anos, após agredir seu enteado, de 9 anos, com golpes de cabo de vassoura. O autor também estaria utilizando as crianças para cometer furtos em supermercados. Ele foi preso em flagrante e levado para o plantão da Polícia Civil. Dona de casa, de 35 anos, e seus quatro filhos, sendo que somente uma menina de 9 meses é filha do acusado, foram para a delegacia, pois o Conselho Tutelar se recusou a comparecer no local.
Segundo informações, um vizinho do casal acionou o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom/190) denunciando que, costumeiramente, um indivíduo agride seus enteados a pauladas e que naquele momento estava escutando gritos de socorro e crianças chorando.
Uma guarnição policial foi imediatamente para o local e do lado de fora da casa os policiais militares escutaram uma discussão de casal, sendo que a mulher falava a todo instante para um homem não encostar mais as mãos nos seus filhos.
Policiais militares bateram no portão e foram atendidos por um adolescente, de 16 anos. Ele relatou que seu padrasto tinha acabado de agredir seu irmão, de 9 anos, com golpes de cabo de vassoura e estava ameaçando quebrar as pernas dele com uma barra de ferro.
A criança de 9 anos saiu do interior da residência e relatou que seu padrasto estava muito nervoso e, aos prantos, afirmou que havia apanhado com um pedaço de pau. Disse também que isso já havia acontecido várias outras vezes.
De acordo com o que foi apurado, no dia 2 de fevereiro passado, o autor foi conduzido até a Delegacia de Plantão da Polícia Civil, após levar dois enteados e sua filha, de 9 meses, para furtarem em estabelecimento comercial próximo de sua casa.
A dona de casa e mãe das crianças relata que as agressões são constantes, porém, tem muito medo da reação do companheiro. Disse também, que ele é usuário de maconha e que, quando soube que ele foi preso no dia 2 de fevereiro por ter obrigado seus filhos a furtar, ela teve que sair do emprego para cuidar das crianças.
Militares relataram que a casa da família está em situação precária, com sinais de desordem, falta de limpeza e cuidados básicos. O Conselho Tutelar foi acionado ao local, porém, uma conselheira relatou aos militares que não era necessário a presença do Conselho Tutelar naquele momento, haja vista que as crianças já não estariam em perigo, pois o autor estava detido. Contudo, pegou o endereço da residência para providências posteriores.
Com a recusa do Conselho Tutelar em acolher as crianças, mesmo que momentaneamente, e ou simplesmente dar apoio à mãe e seus quatro filhos, a dona de casa foi impossibilitada de comparecer à Polícia Civil para ratificar as informações da violência doméstica que ela e seus filhos sofreram em casa.
Ela explicou que três crianças são de outro relacionamento e que somente a menina de 9 meses é filha do autor. A dona de casa também informou, que não possui parentes em Uberaba e não tem com quem deixar as crianças, pois são oriundas do Estado do Ceará.
Testemunhas disseram aos policiais militares que, constantemente, o autor agride também a esposa, porém, quando a guarnição da Polícia Militar chega, ela não tem coragem de representar contra o companheiro, pois ele a oprime. O acusado recebeu voz de prisão em flagrante e foi encaminhado à Delegacia de Plantão da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil/5ºDPC, em Uberaba.