Um rapaz de 22 anos foi preso nesta segunda-feira (5) suspeito de estuprar a ex-companheira no bairro Santa Marta. De acordo com a Polícia Militar (PM), ele teria invadido a casa da vítima, de 28 anos, durante a madrugada e cometido o crime mediante ameaça.
Segundo o boletim de ocorrência, a situação veio à tona após um chamado envolvendo uma corrida de aplicativo não paga. A motorista, de 41 anos, acionou a polícia ao ter sido deixada no prejuízo por um casal de passageiros. Ela relatou que buscou a mulher em sua residência, na rua Belém, e que, após deixá-la em um supermercado no bairro Abadia, foi orientada a levar o homem até outro endereço, onde ele alegou que buscaria a carteira para pagar a corrida. O passageiro, no entanto, entrou no imóvel e não retornou.
Sem obter resposta do suposto pagador, a motorista voltou ao local de trabalho da passageira para cobrar o valor. No local, a mulher demonstrava estar muito abalada e acabou revelando aos policiais que, horas antes, havia sido vítima de estupro cometido pelo mesmo homem que deveria pagar a corrida.
A vítima contou que o suspeito, com quem já teve um relacionamento conturbado, entrou em sua residência durante a madrugada e a abordou em seu quarto. Usando de violência e ameaças, ele a forçou a se despir sob a justificativa de verificar se ela teria alguma marca no corpo. Em seguida, consumou o ato sexual sem o consentimento da mulher.
Aos militares, a vítima relatou ainda que possui histórico de agressões por parte do ex-companheiro e que já conta com acompanhamento da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica. Um boletim de ocorrência anterior confirma a existência de registros contra o indivíduo.
Diante da gravidade dos fatos, uma equipe do Tático Móvel foi acionada e conseguiu localizar o suspeito em sua residência. Ele foi detido e encaminhado à UPA São Benedito para exame de corpo de delito, sendo posteriormente conduzido à delegacia de plantão.
A vítima foi encaminhada ao Hospital da Mulher para atendimento médico especializado e permanecerá sob cuidados médicos. Uma testemunha confirmou aos policiais o histórico de violência sofrido pela vítima e disse que vinha tentando protegê-la, oferecendo abrigo.
O caso será investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
Ocorrência anterior
A vítima já havia registrado um boletim contra o ex-companheiro em situação anterior. Na madrugada de 6 de setembro de 2024, a mulher chegou à delegacia de plantão do Parque das Américas acompanhada da mãe, visivelmente abalada. Ela apresentava um corte profundo na boca, hematomas na testa e relatava ter desmaiado após receber dois violentos socos do marido.
A agressão ocorreu diante do filho do casal, uma criança de apenas quatro anos. A mulher contou ainda que, ao recobrar a consciência, conseguiu acionar a mãe e o padrasto, que a levaram à delegacia. Ela ainda revelou que o suspeito a ameaçou de morte caso chamasse a polícia.
Na época, o homem controlava o dinheiro da vítima, vigiava todos os seus passos e, naquela noite, além da agressão física, quebrou o carro da companheira a socos. Ela afirmou também que ele possuía uma arma de fogo, que costumava esconder em casa, e que viviam em frente a uma biqueira — local conhecido pelo tráfico de drogas —, o que aumentava ainda mais seu temor de represálias do chamado “tribunal do crime”.
Durante a abordagem policial, o indivíduo tentou fugir ao avistar a viatura, mas foi contido e preso em flagrante. Gritava ameaças à vítima e dizia que, ao sair da prisão, cometeria uma tragédia e tiraria a própria vida. A vítima foi encaminhada à UPA São Benedito, onde permaneceu internada em observação neurológica por traumatismo cranioencefálico.
Foi quando solicitou medidas protetivas e reforço da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, informando que passaria a morar com a mãe, temendo por sua vida e pela do filho.