PROCESSO ENCERRADO

Inquérito sobre morte de grávida atingida por monitor de ambulância encerra sem acusações

Kamily Pricila faleceu no dia 12 de janeiro, dois dias após sofrer acidente enquanto era transferida de Sacramento para Uberaba

Publicado em 19/10/2023 às 08:04
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Kamily Pricila, morreu após ser atingida por um monitor cardíaco (Foto/Arquivo da família)

Kamily Pricila, morreu após ser atingida por um monitor cardíaco (Foto/Arquivo da família)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recomendou o encerramento do processo de investigação relacionado à trágica morte de Kamily Pricila Fernandes de Oliveira, uma jovem de 20 anos. O incidente, ocorreu em janeiro de 2023, quando Kamily, grávida de seu primeiro filho, perdeu a vida após ser atingida na cabeça pelo monitor cardíaco de uma ambulância que a transportava de Sacramento para Uberaba.

No relatório final do inquérito, o delegado responsável pelo caso alega que, apesar de um extenso esforço investigativo, as autoridades não conseguiram identificar uma pessoa responsável pelo incidente, levando à recomendação de encerramento do caso.

Durante o processo de investigação, depoimentos foram obtidos de familiares de Kamily, que estiveram ao seu lado no hospital, bem como de profissionais de saúde que a trataram tanto em Sacramento quanto em Uberaba. O motorista da ambulância também prestou seu depoimento, contribuindo para a apuração dos eventos que levaram à tragédia.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também solicitou o encerramento do caso, argumentando que não havia provas suficientes para embasar uma ação penal.

A advogada Flávia Cristina Corrêa, representante da família de Kamily, expressou a consternação dos parentes diante do resultado da investigação, destacando a necessidade de justiça e responsabilidade.

Relembre o caso:

Kamily Pricila estava grávida de sete meses e meio quando passou mal na manhã de 10 de janeiro. O pai dela, Marcelo Antônio de Oliveira, relatou que a gestante estava emocionalmente abalada devido à perda de seu avô na noite anterior. Após uma visita a um posto de saúde, Kamily foi levada para a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, acompanhada por sua irmã Evelyn Fernandes, de 16 anos. Segundo informações da Prefeitura, Kamily estava sofrendo de "hipertensão e crises convulsivas".

Com a piora de seu estado de saúde, Kamily foi diagnosticada com eclâmpsia e precisou ser transferida para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) em Uberaba. A irmã de Kamily alegou que não lhe foi permitido acompanhar Kamily na ambulância devido à sua idade. O veículo prosseguiu com a paciente e a equipe médica, mas durante o trajeto, o monitor cardíaco caiu sobre a cabeça da jovem.

No mesmo dia, Kamily passou por uma cirurgia de cesariana para a retirada do bebê, que ficou sob os cuidados de seu pai. O pai de Kamily afirmou que esperou várias horas no HC-UFTM até ser informado por uma médica de que o prontuário médico indicava que a jovem havia sido atingida por um objeto na cabeça.

A morte cerebral de Kamily foi confirmada em 12 de janeiro, e nesse mesmo dia, a família autorizou a doação de seus órgãos. Após o incidente, a Prefeitura iniciou uma sindicância para investigar o ocorrido. Dias depois, em uma nota oficial, o Município expressou pesar pelo acontecimento, mas também declarou que atribuir a morte da jovem exclusivamente à queda do equipamento era um "equívoco".

A Polícia Civil conduziu sua própria investigação e concluiu que a causa da morte de Kamily foi, de fato, um traumatismo craniano.

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