Kamily Pricila, morreu após ser atingida por um monitor cardíaco (Foto/Arquivo da família)
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recomendou o encerramento do processo de investigação relacionado à trágica morte de Kamily Pricila Fernandes de Oliveira, uma jovem de 20 anos. O incidente, ocorreu em janeiro de 2023, quando Kamily, grávida de seu primeiro filho, perdeu a vida após ser atingida na cabeça pelo monitor cardíaco de uma ambulância que a transportava de Sacramento para Uberaba.
No relatório final do inquérito, o delegado responsável pelo caso alega que, apesar de um extenso esforço investigativo, as autoridades não conseguiram identificar uma pessoa responsável pelo incidente, levando à recomendação de encerramento do caso.
Durante o processo de investigação, depoimentos foram obtidos de familiares de Kamily, que estiveram ao seu lado no hospital, bem como de profissionais de saúde que a trataram tanto em Sacramento quanto em Uberaba. O motorista da ambulância também prestou seu depoimento, contribuindo para a apuração dos eventos que levaram à tragédia.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também solicitou o encerramento do caso, argumentando que não havia provas suficientes para embasar uma ação penal.
A advogada Flávia Cristina Corrêa, representante da família de Kamily, expressou a consternação dos parentes diante do resultado da investigação, destacando a necessidade de justiça e responsabilidade.
Relembre o caso:
Kamily Pricila estava grávida de sete meses e meio quando passou mal na manhã de 10 de janeiro. O pai dela, Marcelo Antônio de Oliveira, relatou que a gestante estava emocionalmente abalada devido à perda de seu avô na noite anterior. Após uma visita a um posto de saúde, Kamily foi levada para a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, acompanhada por sua irmã Evelyn Fernandes, de 16 anos. Segundo informações da Prefeitura, Kamily estava sofrendo de "hipertensão e crises convulsivas".
Com a piora de seu estado de saúde, Kamily foi diagnosticada com eclâmpsia e precisou ser transferida para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) em Uberaba. A irmã de Kamily alegou que não lhe foi permitido acompanhar Kamily na ambulância devido à sua idade. O veículo prosseguiu com a paciente e a equipe médica, mas durante o trajeto, o monitor cardíaco caiu sobre a cabeça da jovem.
No mesmo dia, Kamily passou por uma cirurgia de cesariana para a retirada do bebê, que ficou sob os cuidados de seu pai. O pai de Kamily afirmou que esperou várias horas no HC-UFTM até ser informado por uma médica de que o prontuário médico indicava que a jovem havia sido atingida por um objeto na cabeça.
A morte cerebral de Kamily foi confirmada em 12 de janeiro, e nesse mesmo dia, a família autorizou a doação de seus órgãos. Após o incidente, a Prefeitura iniciou uma sindicância para investigar o ocorrido. Dias depois, em uma nota oficial, o Município expressou pesar pelo acontecimento, mas também declarou que atribuir a morte da jovem exclusivamente à queda do equipamento era um "equívoco".
A Polícia Civil conduziu sua própria investigação e concluiu que a causa da morte de Kamily foi, de fato, um traumatismo craniano.