Jovem relata importunação sexual em academia de Uberaba

Uma mulher, de 19 anos, compareceu nesta quarta-feira (10), em uma base de segurança comunitária para relatar um incidente. Ela informou que está matriculada em uma academia e que durante uma atividade de dança realizada, ela percebeu que estava sendo observada por um aluno da academia, de maneira libidinosa. Isso causou desconforto, levando-a a deixar o salão de dança e se dirigir ao salão de musculação.

No salão de musculação, ela notou que o mesmo aluno a seguia, incomodando-a com sua constante observação. Diante disso, ela retornou ao salão de dança, onde novamente notou o aluno na porta, mantendo um olhar fixo sobre ela.

Devido à situação, ela decidiu sair novamente do local. Nesse momento, o aluno começou a contatar várias pessoas, incluindo alunos e instrutores, gesticulando e apontando para ela. Durante uma das conversas que ela presenciou, o aluno utilizou expressões desrespeitosas, referindo-se a ela como "muito gostosa" e com comentários como "se eu pegar ela, acabo com ela".

A jovem procurou a direção da academia, onde se reuniu com o autor do comportamento inadequado, identificado como um advogado, de 54 anos. Na reunião, o autor foi advertido e admitiu ter se referido de forma pejorativa à vítima.

Durante o encontro, a vítima confrontou o autor, buscando explicações para o tratamento recebido. Ela relata que foi ameaçada pelo autor, que utilizou frases como "você não sabe com quem está mexendo" e "é melhor deixar isso quieto".

A jovem, afirma nunca ter se deparado com o autor na academia, mas encontra-se temerosa devido ao comportamento alterado e desrespeitoso do mesmo em relação às pessoas presentes na academia. Diante dos fatos, a vítima solicitou o registro de um boletim de ocorrência para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

O advogado dirigiu-se também a um posto policial alegando que a situação teria sido um “mal-entendido”. Ele informou que estava realizando seu treinamento diário quando, ao conversar com um amigo, percebeu que uma aluna da academia os observava. Posteriormente, a referida aluna se aproximou e questionou por que estavam olhando para ela, sendo que ambos negaram qualquer intenção ou olhar inadequado.

Logo após o ocorrido, foram chamados à administração da academia pela responsável do local, acusados de estar observando a aluna com segundas intenções e desrespeito. O advogado, sentindo-se “constrangido e envergonhado” pela situação, solicitou o boletim de ocorrência.