Na manhã desta terça-feira (3), duas mulheres, com idades de 48 e 41 anos, procuraram a Delegacia da Polícia Civil para relatar um caso envolvendo suas filhas, ambas de 14 anos e alunas de uma escola estadual em Uberaba. As mães alegaram que suas filhas estavam sendo vítimas de importunação sexual por parte de um homem de 43 anos, servidor da unidade.
De acordo com os relatos das mães à PM, as meninas informaram que, durante o intervalo escolar, o homem, que trabalha como auxiliar, se aproximava delas com brincadeiras desagradáveis e ofensivas, que uma das menores descreveu como "desconfortáveis". As vítimas detalharam que o homem as tocava de maneira inapropriada, chegando a empurrá-las contra uma mureta na entrada da escola, simulando um movimento de gangorra.
Outra prática mencionada pelas menores ocorria em um quiosque durante o recreio, onde ele se aproximava por trás das alunas, massageava seus ombros e, em alguns casos, chegava perto de suas áreas dos seios. Além disso, as meninas relataram que ele as seguia até o banheiro, ficando próximo à porta e proferindo comentários inadequados, causando desconforto.
As meninas afirmaram que não eram as únicas vítimas e que, pelo menos, outras quatro menores, incluindo uma também com 14 anos, estavam passando pela mesma situação. Segundo elas, esse comportamento não era recente, e já havia sido denunciado o assédio à diretora da escola anteriormente.
No entanto, a diretora teria alegado que tomaria medidas, como a revisão das imagens das câmeras de segurança e conversas com outros funcionários, encaminhando o caso para a Superintendência Regional de Ensino. Mais tarde, uma das mães retornou à escola com outras duas mães e três menores no período da tarde, onde questionaram novamente a diretora sobre as ações tomadas.
A diretora afirmou que "os papéis da reclamação de uma das mães já haviam sido enviados para a Superintendência e que as medidas apropriadas em relação ao funcionário já haviam sido tomadas". Quando uma das menores questionou quais medidas foram tomadas, a diretora alegou que havia designado o funcionário para outra função, afastando-o delas.
No entanto, as meninas refutaram essa afirmação, declarando que o acusado ainda estava próximo da mesma maneira. As mães questionaram a incongruência nas informações prestadas pela diretora e perceberam que ela entrou em contradição e retrocedeu em suas declarações.
Uma das mães, na presença da diretora e gravando a conversa, fez uma ligação para a Superintendência, colocando-a no viva-voz e perguntando à interlocutora se a diretora havia de fato enviado algum documento, o que foi negado.
Neste momento, uma servidora da Superintendência quis falar com a diretora, e a mãe permitiu. A interlocutora questionou novamente a diretora sobre o envio de documentos e, após a negativa, orientou-a sobre as medidas a serem tomadas, evidenciando, segundo as solicitantes, que a diretora havia mentido sobre suas ações em relação ao funcionário.
Uma das mães, de 48 anos, alega que possui gravações de toda a conversa e informou à diretora que havia gravado tudo no momento.
Diante dessa situação, ambas as mães, acompanhadas de seus advogados, decidiram procurar a felegacia para relatar todos os acontecimentos, desde o assédio sofrido pelas meninas até as conversas com a diretora.
A Polícia Civil esteve presente na escola e informou à diretora sobre a necessidade de preservar as imagens das câmeras internas de monitoramento e tomar as medidas legais apropriadas. No entanto, a diretora alegou que os fatos já estavam sendo apurados pela Superintendência e que não tinha autorização para comentar o assunto, apenas confirmou a compreensão das orientações sobre a preservação das imagens.
Por fim, as mães, acompanhadas de seus advogados, solicitaram que os fatos fossem investigados pela autoridade policial e pediram que outras menores fossem ouvidas em relação às acusações. Além disso, pediram o afastamento preventivo do servidor de suas funções para garantir a segurança imediata de suas filhas no ambiente escolar.