PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

Motorista de aplicativo morre após cheirar rapé durante ritual em “centro espírita”

Carlos Paiva
Publicado em 18/11/2024 às 19:40
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Polícia Civil esteve no local e o rabecão realizou o traslado do corpo para o Posto de Medicina-Legal (Foto/Divulgação)

Polícia Civil esteve no local e o rabecão realizou o traslado do corpo para o Posto de Medicina-Legal (Foto/Divulgação)

Motorista de aplicativo, de 39 anos, que residia no bairro Boa Esperança, morreu durante ritual espírita em centro, na rua Nair Guimarães de Oliveira, no bairro Chica Ferreira, na sexta-feira (15). Ele sofreu parada cardiorrespiratória após inalar rapé. Um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local, mas o motorista não resistiu e morreu. O corpo foi encaminhado ao Posto de Medicina-Legal. A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte. 

Conforme apurado pelo Jornal da Manhã, assim que inalou o rapé, a vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória. O Samu foi acionado e uma equipe de socorristas, chefiada por um médico, compareceu ao local e iniciou as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, porém, mesmo após 14 ciclos, não houve resposta, constatando-se o óbito do motorista de aplicativo.

Um homem de 53 anos, dirigente do centro, estava realizando o culto como de habitual, quando se iniciou a passagem do rapé entre as pessoas que ali estavam.

Para usar e aplicar o rapé, conforme o dirigente, foi usado um aplicador, denominado "tipi", onde é colocado o pó de um lado, introduzido na narina da pessoa e soprado por outra pessoa do outro lado. Foi durante esse ritual que o motorista de aplicativo passou mal e caiu no chão, já desacordado. 

De acordo com diarista de 59 anos, tia da vítima, ela havia se deslocado com ele para o centro e não ingeriram nenhum tipo de bebida, onde somente foi usado o rapé.

Uma testemunha de 26 anos, sobrinha da vítima, disse que o motorista de aplicativo tinha histórico na família de hipertensão.

Durante o atendimento da ocorrência, policiais militares foram informados que no local, no momento do fato, havia várias garrafas de vinho branco e tinto em um banco de madeira, as quais foram recolhidas para uma prateleira no interior da residência.

O dirigente do centro relatou que não são usadas bebidas alcoólicas durante os rituais. As bebidas são utilizadas para a produção de chá, denominado "jurema", onde, segundo ele, são usadas rapaduras, os vinhos e a referida erva, denominada de "jurema" que, ao ser fervida, se perde todo o teor alcoólico, sendo ainda curtido por um período de 30 dias para, após, ser realizado o seu consumo.

O motorista de aplicativo exercia a função de "guardião", em que a pessoa cuida das outras que ali estão, no processo do ritual espírita realizado no centro.

Perito criminal da Polícia Civil compareceu ao local e colheu evidências e apreendeu pó rapé usado no ritual. 

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