Cinco policiais civis que atuam em Uberaba foram presos na ação conjunta desencadeada em 12 cidades de três estados
Túlio Amâncio/G1
Presos foram levados ao Batalhão da Polícia Militar em Uberlândia, onde prestaram depoimentos
Ontem, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, com o apoio das unidades de Uberaba, Patos de Minas e Pouso Alegre, deflagrou a operação Fênix. Foram cumpridos 200 mandados de prisões preventivas em 12 cidades dos estados de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. Ao todo, 136 pessoas são investigadas. Entre os alvos estão 10 delegados - sendo três chefes de departamento e uma delegada regional, dois escrivães, sete advogados e 45 investigadores da Polícia Civil. Eles responderão por corrupção, associação criminosa, roubos, receptação, entre outros crimes.
Conforme balanço, 80 pessoas já foram presas, entre elas, 30 policiais civis, dos quais cinco são de Uberaba, e nove delegados. Também foram cumpridos 121 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva nas cidades de Uberaba, Uberlândia, Araguari, Patos de Minas, Patrocínio, Monte Alegre de Minas, Passos, Pouso Alegre, Araxá e Belo Horizonte, em Minas Gerais, além de Cascavel (PR) e Cuiabá (MT). As Delegacias Regionais de Polícia Civil de Uberlândia (MG) e Araguari (MG) também foram alvo de buscas por membros do Gaeco, que contaram com o apoio da Receita Estadual de Minas Gerais.
Foram apreendidos aparelhos celulares, mídias, relógios, correntes de ouro, um drone, documentos, notebooks, armas, munições, talões de cheque e cerca de R$50 mil em dinheiro. Os detidos durante a operação foram conduzidos ao 17º Batalhão da Polícia Militar no bairro Santa Mônica, em Uberlândia, onde a rua de acesso chegou a ser interditada para a passagem apenas de advogados e familiares dos suspeitos. Os conduzidos devem prestar depoimentos no Ministério Público.
Segundo informações do Ministério Público (MPMG), foram oferecidas 29 denúncias, duas cautelares de requerimento de decretação de prisões preventivas e três de requerimentos de busca, apreensão e conduções coercitivas. Participaram da operação sete promotores, três auditores da Receita Estadual, 500 policiais militares e 150 policiais rodoviários federais, tendo sido utilizadas duas aeronaves e 150 viaturas.
Ação compreende três outras que são desdobramentos de investigações
A operação Fênix compreende três operações distintas que são desdobramentos de outras investigações. A operação Alibabá é decorrente da operação Zeus, deflagrada pela Polícia Civil de Minas em setembro de 2015. A operação Ouroboros, por sua vez, corresponde à segunda fase da operação 100 Anos de Perdão. Já a operação Efésios é decorrente de acordos de colaboração premiada firmados pelo Gaeco de Uberlândia.
As investigações levaram a proposição de um total de 28 denúncias penais que apuram crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e para o tráfico, obstrução de justiça, receptação, estelionato, adulteração de sinal identificador de veículo, fraude processual, corrupção passiva e ativa, roubo agravado, falsidade ideológica e porte e comércio ilegais de armas de fogo, falso testemunho e prevaricação.
Por meio de nota, a Corregedoria da Polícia Civil esclarece que participou e continua apoiando as investigações em curso. O órgão informa que lamenta o acontecido e ressalta que não pactua com desvios de conduta funcional, determinando que os envolvidos fossem exonerados dos cargos de confiança. A Chefia de Polícia determinou que a Corregedoria da Polícia Civil instaure sindicâncias administrativas para apuração dos fatos.