CRISE HÍDRICA

Polícia Civil deve investigar suposta captação irregular no rio Uberaba

Polícia Militar encaminhou para a Polícia Civil denúncia feita por cidadão em que flagra caminhões coletando água no manancial, acima da captação da Codau

Rafaella Massa
Publicado em 11/10/2024 às 10:15Atualizado em 11/10/2024 às 19:45
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No vídeo é possível ver que dois caminhões extraem água de um trecho de um rio, identificado como o Uberaba pelo denunciante (Foto/Reprodução)

No vídeo é possível ver que dois caminhões extraem água de um trecho de um rio, identificado como o Uberaba pelo denunciante (Foto/Reprodução)

Vídeo de uma suposta captação irregular de água no rio Uberaba circula as redes sociais. A crise hídrica coloca essa situação sob os holofotes, visto os desafios com a distribuição de água enfrentados pela população. Segundo Polícia Militar Ambiental, o fato deve ser encaminhado para a Polícia Civil (PC) para investigação.

No vídeo é possível ver que dois caminhões extraem água de um trecho de um rio, identificado como o Uberaba pelo denunciante. O homem, que preferiu não se identificar, conta que passava pelo local, na estrada que leva ao bairro rural de Santa Rosa, quando flagrou a situação. Durante a gravação, o denunciante pergunta a um dos trabalhadores se a água será levada para uma das fazendas da região, o que é confirmado. Ainda, o homem questiona se há autorização ao que o trabalhador parece responder que está com o motorista.  

A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a Polícia Militar de Meio Ambiente em busca de saber quais medidas devem ser tomadas. Segundo o Tenente Elvisson Naves, comandante da 5ª Companhia de Meio Ambiente, o flagrante da captação é preponderante para quaisquer medidas tomadas pela PM.    

“Os militares precisam fazer a medição da evasão e da captação para verificar se há necessidade ou mesmo declaração de uso insignificante. Eu já passei para minha equipe de inteligência fazer o levantamento da placa e monitorar. Uma vez pego em flagrante, nós tomamos as providências. Mas, de toda forma, agora será feito levantamento e um heads-up deve ser encaminhado para a Polícia Civil para investigar também esse fato", informa. 

Ainda, a situação foi repassada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para acompanhamento. Ao Jornal da Manhã, a Promotoria esclarece não ter recebido nenhuma denúncia até o momento.

“Acerca da questão de medidas a serem tomadas por este órgão ministerial, cabe destacar que apenas pelos vídeos apresentados não é possível extrair elementos suficientes para iniciar a investigação", aponta trecho da resposta enviada ao JM. O Ministério Público ainda pondera que não só o denunciante em questão como qualquer pessoa em situação semelhante de flagrante pode procurar a Promotoria de Justiça para apresentar esclarecimentos, a fim de dar início a processo investigatório. 

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) também foi acionado, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, pela reportagem do Jornal da Manhã, quando foi questionado se há, de fato, autorização para captação de terceiros nos moldes apresentados pela denúncia. No entanto, não houve retorno até o fechamento da matéria. O espaço permanece aberto para manifestação.

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