Milton Francisco Coelho foi afastado da presidência da Federação Mineira de Caratê (Foto/Reginaldo Soares)
O presidente da Federação Mineira de Caratê, Milton Francisco Coelho, foi afastado do cargo após denúncia de importunação sexual contra a esposa de um árbitro durante uma etapa do Campeonato Brasileiro, em Uberlândia. A mulher registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar, e o caso está em investigação.
A defesa do dirigente, feita pelo advogado Rodrigo Santana Assunção, afirma não ter tido acesso ao inquérito e considera a acusação “sem fundamento”. Ele garante que a inocência de Milton será provada ao longo do processo.
A decisão de afastamento foi tomada pela Confederação Brasileira de Caratê (CBK) em 19 de julho, após recomendação do Conselho de Ética. A resolução, assinada pelo presidente da entidade, Sebastião Hermes Freire de Queiroz, também suspende Milton de suas funções no Conselho Deliberativo.
Com a saída, o vice-presidente da federação, Thadeu Luiz da Silva Costa, assumiu interinamente o comando. A reportagem entrou em contato com a Federação Mineira de Caratê, mas ainda não obteve resposta.
Aos 67 anos, Milton tem longa trajetória no esporte. Foi atleta, treinador de destaque e trabalhou com nomes como o multicampeão mundial Douglas Brose. Ele integrou a diretoria da federação como vice-presidente desde 2008 e chegou à presidência em 2021.
Segundo o boletim de ocorrência, a denúncia envolve fatos ocorridos em 14 de agosto, no Ginásio do Sabiazinho, durante a cerimônia de abertura da competição. A vítima contou que passou mal e saiu da arena. Do lado de fora, foi abordada por Milton, que teria oferecido carona. Antes, porém, ele a levou até um escritório, sob o pretexto de buscar brindes.
No local, ainda de acordo com o relato, o dirigente disse sentir atração por ela, passou as mãos em suas partes íntimas, encostou um vibrador em seu corpo e exibiu um filme pornográfico. A mulher afirmou que a relação não foi consumada e que, logo depois, foi deixada novamente no ginásio. Mais tarde, contou ao marido o que havia acontecido e ambos procuraram a Polícia Militar.
Em nota, o advogado de Milton declarou que, por não ter acesso ao inquérito, qualquer comentário detalhado seria precipitado. Ressaltou ainda que o caso corre em segredo de Justiça. A defesa reforçou que o dirigente nega todas as acusações e disse confiar que, diante da falta de provas, sua inocência será reconhecida pela polícia.