Numa demonstração de força e poder de aglutinação, o PMDB anunciou ontem a formação de um megabloco partidário que inclui o PP, o PTB, o PR e o PSC, visando à atuação conjunta
Numa demonstração de força e poder de aglutinação, o PMDB anunciou ontem a formação de um megabloco partidário que inclui o PP, o PTB, o PR e o PSC, visando à atuação conjunta para a próxima legislatura (2011-2015). O anúncio do blocão, que terá nada menos do que 202 deputados federais, chamou a atenção porque exclui o PT, embora o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) tenha minimizado este fato.
“O bloco não dará um passo antes de ouvir a presidente eleita Dilma Rousseff. Esse bloco não é para confrontar nem conflitar, mas para coordenar os trabalhos nesta Casa e fora dela”, ressaltou Henrique Eduardo Alves. Contudo, nos bastidores o que se fala é que a estratégia liderada pelo parlamentar é isolar os petistas e ganhar força na corrida pela presidência da Câmara no ano que vem, posto que o PT não quer perder de jeito nenhum – e o PMDB quer manter.
Por enquanto o nome de Alves é consenso no blocão para ser o novo presidente da Casa, enquanto que pelo PT são candidatos Cândido Vaccarezza (SP), Marco Maia (RS), João Paulo Cunha (SP) e Arlindo Chinaglia (SP).
Donos da segunda maior bancada da Câmara, com 79 parlamentares, os peemedebistas lançaram mão do Regimento Interno da Casa para constituir esse blocão, revela o deputado federal reeleito Paulo Piau (PMDB). Ele foi claro ao dizer que existe um jogo de forças entre as legendas e que se seu partido não agir, o PT vai querer ficar com tudo – já tem a maior bancada, com 88 representantes – e pode levar a presidência. “O jogo tem que ser equilibrado, essa deve ser a dinâmica do Parlamento”, defende.
Outros. Sairá do blocão a indicação de outros nomes (dentro do quadro dos cinco partidos) para a formação da Mesa Diretora da Casa, diz Piau, lembrando que são vários cargos em aberto.