A operação do aterro público de Uberaba seria feita pela concessionária, mas se concluiu que ele não oferecia estrutura e por isso deve ser desativado (Foto/Arquivo)
Com início efetivo da concessão do gerenciamento regional do lixo, aterro público de Uberaba deve ser desativado e pode ser transformado em parque. A informação é do presidente do Convale (Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional), Renato Soares de Freitas, que falou sobre o processo para a transição do serviço para a empresa vencedora do leilão realizado no ano passado.
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Freitas explicou que a proposta inicial seria a empresa assumir a operação do aterro público de Uberaba, porém, ao longo da fase de consolidação, foi observado que a estrutura não atenderia mais às necessidades do projeto. “O aterro de Uberaba está ultrapassado [...] 95% está utilizado. Há apenas 5% que poderia ser útil [...] Por isso, chegamos a um consenso que é melhor encerrar ele”, declarou e explicou que negociações estão em andamento para que também haja uma compensação para o município de Uberaba.
Segundo o dirigente do consórcio, um dos obstáculos para uso do aterro público é que ele não teria condições adequadas para permitir a introdução de tecnologias para o reaproveitamento energético dos resíduos sólidos, uma das metas da concessão do serviço. “Ele seria apenas um depósito. Por isso, o ideal era encerrá-lo para fazer a recuperação ambiental corretamente adequada e destinar para um parque, por exemplo. Assim, a concessionária começa a operar num aterro que terá tecnologia para usar os resíduos para produção de gás ou transformação em outro componente como adubo”, disse.
Desta forma, o dirigente do Convale salientou que a concessionária está preferindo operar em um aterro próprio da empresa porque a estrutura já está adaptada com tecnologia para a produção do biometano, o que pode permitir a geração de receitas extraordinárias a partir da venda de energia gerada através do lixo e combustível derivado de resíduos.
Freitas ressaltou que a implantação de novas tecnologias para reduzir e reaproveitar os resíduos está entre as metas da concessão, sendo previsto no contrato um acompanhamento permanente que pode resultar em queda na tarifa de resíduos sólidos. “Cada centavo arrecadado nessa operação deve ser revertido ao usuário por meio de desconto na tarifa. A expectativa a longo prazo é uma redução de até 25% na tarifa. Quanto mais agrega tecnologia e novas receitas, menos vai custar para o usuário lá na frente”, disse.