O diretor de Vigilância em Saúde, Matheus Carvalho Assumpção de Lima, argumentou, em Plenário, que os boletins semanais permitirá melhor aproveitamento de servidores ( )
Com quatro votos contrários, foi aprovado projeto de autoria do Executivo que muda a frequência de divulgação dos boletins epidemiológicos da Covid-19. O relatório era atualizado diariamente até então e passará a ser publicado semanalmente.
O projeto estava em tramitação na Câmara Municipal desde setembro, mas a votação acabou sendo adiada duas vezes por dúvidas em relação à medida. De volta ao plenário, a proposta enfrentou resistência.
Autor da lei que instituiu os boletins diários, o vereador Túlio Micheli (SDD), questionou não só a mudança de frequência, mas também o fato do Executivo reduzir as informações a serem divulgadas. “Não podemos continuar dando oportunidade para que a transparência seja cada vez mais escassa. Se a gente aprovar da forma que está, vamos perder muito”, argumentou.
Segundo o parlamentar, o texto enviado à Câmara excluiu a exigência da publicação dos dados atualizados sobre a ocupação de leitos no município. “O novo boletim, além de periodicidade semanal, vai contar apenas com a taxa de transmissão semanal, casos ativos, o total da última semana e os pacientes testados. Todas as outras informações serão retiradas, inclusive a ocupação de leitos”, contestou.
Presente à sessão, o diretor de Vigilância em Saúde, Matheus Carvalho Assumpção de Lima, argumentou que a redução da frequência permite um melhor aproveitamento dos servidores que consolidam informações diariamente, inclusive aos finais de semanas e feriados. Segundo ele, a atualização diária demandava o pagamento de horas extras e os recursos podem ser realocados para custear outras ações na área epidemiológica.
Além disso, o diretor defendeu que não haverá prejuízo na transparência porque as as informações sobre a Covid-19 continuarão a ser consolidadas e divulgadas a toda população de Uberaba, apenas de forma semanal.
Quanto a exclusão de dados do boletim, Assumpção justificou que não seria possível manter a informação sobre ocupação de leitos no relatório semanal porque a situação muda rapidamente e poderia não corresponder ao cenário real do momento. “A gente retirou essa parte porque é um dado muito volátil. Varia muito tanto os leitos de UTI quanto de enfermaria. Não conseguiria manter semanalmente”, disse.
Apesar dos protestos do autor da lei, as alterações na redação foram aprovadas por 14 votos. Apenas o próprio Túlio e os vereadores Caio Godói (SDD), Rochelle Gutierrez (PP) e Wander Araújo (Pode) se posicionaram contra a matéria.