HISTÓRIA

Câmara de Uberaba fez retratação em 2015 por não ter reconhecido a abolição

Marconi Lima
Publicado em 19/11/2024 às 21:13
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Há 16 anos era promulgada em Uberaba a Lei Ordinária 10.678, que instituía o feriado municipal pelo Dia da Consciência Negra. Em 2015, a Câmara Municipal de Uberaba (CMU) realizava mais uma ação de política afirmativa contra o racismo e o preconceito vividos por afrodescendentes.

A CMU, há 9 anos, realizou ato público de retratação à etnia negra. A Igreja de Santa Teresinha foi o palco do evento histórico. Após pesquisa feita pelo Arquivo Público, se constatou que a Câmara Municipal de Uberaba, em 1888, contrariou lei imperial, na qual os legislativos deveriam tornar públicas as notícias do governo da Província e da Corte.

Constatou-se que o Legislativo municipal de Uberaba não informou aos cidadãos uberabenses sobre a proclamação da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil.

Em 2015, 127 anos após a proclamação da Lei Áurea, a CMU fez uma retratação. Na ocasião, o tabelião do Primeiro Ofício de Notas, Raul José da Silveira Filho, juntamente com o então presidente da Câmara Luiz Dutra e vereadores à época, assinaram o documento referente ao registro da retratação.

História

A história dos pretos no município remonta à fundação da cidade, quando da chegada de major Eustáquio. Pesquisas da Fundação Cultural “Professor Antônio Carlos Marques” apontam que naquela época já se registravam resistências em relação à escravidão.

Escravos tentavam fugir em busca da liberdade. Há processos criminais envolvendo escravos rebelando-se contra os seus senhores.

Um fato que marca a história de resistência do povo preto no município é a eleição do primeiro vereador negro, em 1959, Pedro Santana. Apesar desta conquista relevante, ao longo do tempo poucos pretos conseguiram chegar à Câmara Municipal, entre eles Gilberto Caixeta, Ronaldo Amâncio e Eloisio Santos.

Dois pretos conseguiram governar Uberaba. O primeiro deles, Wagner do Nascimento, eleito nos anos 1982, no século XX. Já em 2004, após renúncia de Marcos Montes, assumia a prefeitura o médico Odo Adão, para um mandato de pouco mais de quatro meses. 

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