CRÍTICAS

Câmara não será “puxado” da PMU, diz Fernando Mendes na 1ª sessão

Ao pregar independência entre os Poderes, o presidente do Legislativo teceu críticas ao Governo Municipal em pronunciamento na abertura dos trabalhos deste ano

Gisele Barcelos
Publicado em 02/02/2023 às 21:06Atualizado em 02/02/2023 às 21:44
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Presidente da Câmara, Fernando Mendes, foi à Tribuna do Plenário para se posicionar sobre queixas de vereadores e sobre a independência do Poder  (Foto/CMU/Rodrigo Garcia)

Presidente da Câmara, Fernando Mendes, foi à Tribuna do Plenário para se posicionar sobre queixas de vereadores e sobre a independência do Poder (Foto/CMU/Rodrigo Garcia)

Após protestos contra interferência da prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) na eleição das comissões da Câmara Municipal, o presidente da Casa, Fernando Mendes (MDB), pregou independência entre os Poderes e teceu diversas críticas ao governo municipal em pronunciamento durante a primeira reunião do Legislativo este ano.

No discurso, Mendes argumentou que o fato de ter sido líder do governo na Câmara não representaria a aceitação de interferência do Executivo no Parlamento. “Mesmo tendo passado um ano e seis meses na liderança do Executivo, não coloco a Câmara na condição de puxado da Prefeitura. Essa Casa é independente”, ressaltou.

O presidente do Legislativo ainda posicionou que os vereadores vão se organizar para combater eventuais investidas do governo contra a autonomia da Câmara. “Não adianta tentar intervir nessa Casa. Não adianta tentar influenciar o resultado. Quanto mais sofremos investidas de pessoas externas, nós vamos nos reagrupar e nos organizar”, disse.

Elevando o tom contra o Executivo, o presidente da Câmara ainda alegou que os vereadores têm reclamado que tanto a prefeita quanto os secretários estariam ignorando as ligações e sem responder as demandas. “Sinto a falta do líder e vice-líder do governo nesse momento. Levem o recado ao Executivo”, alfinetou.

Por fim, Mendes ainda questionou sem citar nomes a escolha de Celso Neto para assumir a Secretaria de Educação e contestou a contratação emergencial para o transporte escolar rural. “Não serei conivente com pessoas que se dizem técnicas ou profissionais, passaram por essa Casa e hoje estão no governo fazendo coisas contraditórias a tudo que pregou aqui na Casa, dando ajeito no transporte das crianças, fazendo algo emergencial e dando barrigada no transporte. Eu não sou oposição, mas não vou ser conivente a coisas erradas”, criticou.

A polêmica em plenário começou quando o vice-líder do Executivo, Anderson Donizete de Souza (PSD), colocou o nome para concorrer à presidência da Comissão Permanente de Justiça, Legislação e Redação, considerada uma das mais importantes da Câmara porque é responsável por deliberar sobre a constitucionalidade ou não das proposições apresentadas pelos parlamentares. Mesmo com reações contrárias dos demais parlamentares, ele manteve a candidatura e foi eleito.

Embora o vice-líder tenha conquistado a presidência, o vereador Marcos Jammal (MDB) ficou como relator da Comissão e manifestou na sessão que não permitirá manobras para facilitação de projetos do Executivo.

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