O vereador Marcelo Machado Borges, o Borjão (PMDB), requereu explicações à Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre possíveis irregularidades que teriam sido praticadas na implantação do Centro de Processamento de Alimentos da Palestina. Ele conta que foi procurado por integrantes do assentamento Paz na Terra, que estariam insatisfeitos com a condução do projeto através da Sagri. Na denúncia encaminhada ao peemedebista, consta que por causa dessas alterações o espaço não atende às necessidades dos assentados.
E mais: eles alegam que, embora não consultados sobre as mudanças, ainda terão que pagar pelos recursos liberados para fazer o Centro, superiores a R$292 mil.
O secretário de Agricultura, José Humberto Guimarães, rechaça as denúncias, informando que o empreendimento foi erguido com dinheiro de emenda parlamentar do então deputado federal Anderson Adauto; ou seja, trata-se de recurso a fundo perdido. Ele admite, contudo, que houve mudanças no projeto, mas que se mostraram necessárias para adequar o empreendimento à realidade da produção no chapadão. “Todas as alterações foram autorizadas pela Caixa Econômica Federal”, garante.
Segundo Guimarães, o Centro foi viabilizado para atender aos quatro assentamentos localizados na região da Palestina, e não apenas ao Paz na Terra. São eles: Pró Roça, Tereza do Cedro e Dandara. Contudo, nenhum deles tem produção expressiva, enquanto que os grandes plantadores de batata (inglesa e doce), beterraba, cenoura, tomate e mandioca se dispuseram a doar os excedentes para a fabricação da multimistura (semelhante à Vita Sopa, do Serviço Voluntário de Assistência Social – Servas, do Estado), à qual ainda é adicionada proteína texturizada de soja, informa.
Conforme o titular da Sagri, desde a sua inauguração, em julho, o Centro – mantido com recursos da PMU – já processou mais de 11 mil quilos de alimentos, que são divididos em pacotes de um quilo cada, com validade de seis meses. Cada quilo rende 40 pratos de sopa e toda a produção é repassada à rede de assistência social do município, diz. Ainda segundo Guimarães, a previsão é receber matéria-prima dos assentamentos quando eles estiverem produzindo.
O secretário revela ainda que já encaminhou à Secretaria de Governo a resposta ao requerimento do vereador. “Estou pronto para explicar em qualquer lugar os procedimentos adotados. Tenho tudo documentado”, encerrou.