Aprovado para tramitação ontem, projeto de lei do líder governista Cléber Cabeludo (PMDB) provocou “burburinhos” no plenário, principalmente entre os vereadores que disputam a sucessão de Lourival dos Santos (PCdoB). A proposta é reduzir de dois para um ano o mandato do próximo presidente da Câmara, bem como dos integrantes da Mesa Diretora.
Proposta é alicerçada na gestão democrática a ser exercida pelos 14 vereadores. Segundo Cléber, um ano é tempo razoável para o presidente demonstrar se reúne condições de permanecer à frente do Legislativo. O dirigente legislativo, de acordo com o PL, pode se recandidatar ao cargo. “Isso não é vaidade e sim uma forma democrática de oportunizar aos vereadores participação na condução política do Legislativo”, enfatizou.
Em seu entender, existe tempo hábil para apreciação e votação da matéria para 2011, porque a eleição da Mesa Diretora ocorre somente na primeira semana de dezembro.
O projeto necessita de dez votos para aprovação. O oposicionista Itamar Ribeiro (DEM), candidato à presidência, disse ser favorável à alteração, embora a matéria tenha vindo em momento inoportuno. Segundo ele, a modificação deveria ter sido feita sem o calor do processo sucessório.
O republicano Almir Silva, também candidato, se posta favorável ao mandato de um ano, independente de quem seja o eleito. Samuel Pereira (PR), que também concorre ao cargo, declarou ser favorável à renovação democrática na condução do Legislativo. O petista José Severino Rosa não se manifestou quanto à proposta.
O primeiro secretário Luiz Dutra (PDT) foi contrário não apenas ao projeto, mas à tramitação da proposta de Cléber. Segundo ele, o momento não favorece a discussão da matéria, devido à campanha em curso, que pode ser desarticulada com a modificação.
Ponderou ainda considerar um ano tempo exíguo para execução das metas e projetos pela presidência. Dutra considera oportuna a análise em outro momento que não o de campanha. Postura contrária também é adotada pelo presidente Lourival dos Santos.