O senador mineiro Clésio Andrade (PR) vê certa dificuldade para a promoção de uma ampla reforma política no País. Para ele, o ideal era que se fizessem grandes transformações, mas o fato de cada parlamentar pensar de uma maneira diferente dificulta o processo. O republicano, contudo, considera que sairão algumas alterações importantes.
Clésio conversou com o Jornal da Manhã, durante sua rápida passagem por Uberaba, para prestigiar a assinatura do protocolo de intenções para a implantação da planta de amônia e do gasoduto no município, na quinta-feira (17).
Durante a semana, os 15 parlamentares que integram a Comissão da Reforma Política no Senado – Clésio não faz parte do grupo – aprovaram o fim da reeleição e a instituição do mandato de cinco anos para prefeito, governador e presidente da República. Eles também deliberaram pela mudança na data de posse dos ocupantes desses cargos, atualmente em 1° de janeiro do ano subsequente ao da eleição. Pela proposta aprovada, os chefes de Executivo municipal e estadual serão empossados no dia 10, e o chefe da Nação, no dia 15, do mesmo mês.
Clésio se diz favorável a essa alteração e justifica que dia 1° é sempre mais difícil de reunir lideranças e chefes de Estado, em que pese a presidente Dilma Rousseff ter conseguido atrair vários deles à sua posse, este ano. O senador também defende o voto distrital misto para a escolha dos deputados federais, estaduais, distritais e vereadores. O tema, considerado dos mais polêmicos no âmbito da reforma política, será o primeiro da pauta da reunião da Comissão do Senado no dia 22, terça-feira.
Para o senador, a realização de eleições a cada dois anos “está de bom tamanho, mas não pode fracionar muito, porque é caro”.
Tempo. Clésio assegura que já são águas passadas a polêmica instalada no seu partido – do qual é presidente –, durante o pleito de 2010, quando optou por apoiar a então candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) e o postulante ao Governo de Minas Hélio Costa (PMDB), à revelia da bancada do PR na Câmara.
Ele lembra que foi autorizado pelo comando nacional da legenda para agir assim e que nesse momento os republicanos estão unidos e as relações “são de céu de brigadeiro”. “Somos base de apoio da presidente e do governador mineiro [Antônio Anastasia, do PSDB], e no meu caso específico, estarei sempre à disposição dele e de Minas.”