Zema conversa com Lula durante evento (Foto/Flávio Tavares)
O governador Romeu Zema (Novo) adotou um tom institucional e ao discursar no evento do governo federal para apresentar investimentos em Minas Gerais. Ao lado de Lula, Zema enfatizou que está disposto a trabalhar com que pensa diferente e pontuou que críticas são naturais, que o importante é conviver com as diferença. Antes de iniciar o discurso, o governador foi vaiado.
“Em toda minha vida de trabalho, aprendi a trabalhar com quem pensa diferente. Como empresário, eu tinha que entender as vontades dos clientes e atendê-los, e enquanto governador, ando muito por Minas Gerais para entender as necessidades de todos os mineiros e não apenas dos que votaram em mim, para poder dar solução a estes problemas. As críticas são muito naturais, as pessoas pensam diferente e nós governantes temos que aprender a conviver com estas diferenças”, disse o governador que fez referências ao governo de Fernando Pimentel (PT). O petista está presente na solenidade.
“Quando assumi o governo, os prefeitos que estavam sem receber os repasses constitucionais não acreditavam na nossa capacidade de resolver problemas. Me lembro das vaias, dos protestos, das reclamações, que foram reduzindo com o passar do tempo. Com muita conversa, diálogo e obviamente uma boa gestão, conseguimos avançar. Hoje, graças a Deus, chego em qualquer cidade de Minas e sou recebido com respeito e consideração por prefeitos de todos os partidos”, pontou o governador.
Zema ainda citou sua relação com o prefeito petista, de Bom Jesus do Galho, Padre Aníbal. “Isso é possível porque, no meu governo, a orientação é de resolver os problemas dos mineiros, independente da filiação partidária, do time de futebol, da crença: sem preconceitos, para Minas continuar avançando”, afirmou.
O governador do Estado fez questão de destacar também sua relação com os prefeitos da região metropolitana, que são de partidos políticos diferentes. “Com a parceria da prefeita Marília, aqui de Contagem, que também é do PT, juntamente com o prefeito Fuad, estamos construindo cinco bacias de contenção de chuvas que já estão reduzindo os riscos de alagamento e inundações na avenida Tereza Cristina. As obras, a geração de empregos e os investimentos não têm ideologia. O benefício é para todos os mineiros, independente de alguém rotulá-los de esquerda ou direita. Tudo que faço como governador, e tudo que desejo pessoalmente, é melhorar a vida de todas as pessoas”, completou o governador que disse estar satisfeito com a presença do presidente.
“Para melhorar a vida dos mineiros, nós temos muito o que conversar. Nós podemos pensar diferente, o que é normal, mas a nossa boa convivência, sem extremismos, em uma conversa transparente e republicana é o que vai permitir mudanças pra fazer a vida do mineiro melhorar”, reforçou.
Zema, no entanto, pontuou, que o Estado não tem recebido a devida atenção nos últimos anos e cobrou investimentos nas rodovias.
“Temos demandas históricas que se arrastam sem soluções. Destaco aqui na área da Infraestrutura a BR-381, alvo de tantos anúncios ao longo dos anos, mas sem avanços. As duplicações da BR-040 e BR-262 que surgiram como esperança com as concessões realizadas no passado acabaram fracassando e estão só na promessa. Por isso, o evento de hoje é tão importante, para renovar as nossas esperanças”, disse.
Zema ainda cobrou apoio do presidente para que o Acordo de reparação pela tragédia de Mariana seja finalmente firmado. “Conto com a parceria do senhor, precisamos acelerar as tratativas para um acordo. Quem sofre os impactos da tragédia está vivendo hoje, e não pode esperar que seus netos ou bisnetos recebam alguma justiça. Temos que trazer alguma solução urgente”, finalizou o governador.
Zema também pediu esforços para uma solução para dívida de Minas. “Hoje a única possibilidade legal de renegociação das dividas com a União é o RRF, que temos discutido desde 2019 e precisamos aderir o mais rápido possível, para dar estabilidade e previsibilidade às contas públicas de Minas. Porém, todos concordam que o RRF de hoje não é suficiente. Assim é preciso esforço adicional do governo federal para rediscutir as taxas de juros cobradas dos Estados, e rever as dividas consolidadas”.
Fonte: O Tempo