Hospital da Criança (Foto/Jairo Chagas)
Quatro meses depois de intervenção ser proposta no Hospital da Criança, Conselho Municipal de Saúde ainda aguarda posicionamento sobre as medidas adotadas para sanar problemas administrativos e operacionais apontados em relatório apresentado no início de abril.
Em ofício encaminhado para a Secretaria Municipal de Saúde, o presidente do conselho, Cézar William de Melo Ribeiro, ressaltou que foi chamado para participar da reunião em que o diagnóstico das atividades do Hospital da Criança foi divulgado e a intervenção, anunciada.
No documento, o conselheiro manifestou que a análise constatou a existência de várias vulnerabilidades técnicas, operacionais e administrativas no Hospital da Criança. Por isso, ele cobrou informações detalhadas sobre as providências tomadas desde então para solucionar as inconsistências identificadas.
Ainda no ofício, o presidente do Conselho de Saúde salientou que o contrato firmado com a instituição prevê o repasse anual de R$7,3 milhões para o custeio dos serviços, sendo necessário assegurar a adequada utilização dos recursos públicos.
De acordo com o conselheiro, não há interesse em interrupção dos serviços prestados no Hospital da Criança. No entanto, é preciso que seja apresentado um parecer sobre as ações já realizadas ou previstas para sanar os problemas identificados. “Defendemos que o hospital continue sendo mantido com recursos do SUS, porém queremos que sejam resolvidas as inconsistências”, declarou.
Desde a proposta de intervenção e posterior negativa, Ribeiro afirmou que nenhuma atualização sobre o caso foi apresentada ao Conselho de Saúde e a questão não pode ser ignorada. “Queremos respostas de como anda a situação. Não podemos simplesmente deixar de lado, só porque temos um novo pronto atendimento infantil na cidade”, encerrou.
A prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) anunciou a intervenção no Hospital da Criança e argumentou que a medida era necessária porque diagnóstico identificou deficiências da administração da unidade e apontou alternativas para sanar os problemas. No entanto, semanas depois, o corpo técnico e a direção do estabelecimento rejeitaram a intervenção e a Prefeitura abortou a proposta. Os detalhes do relatório até hoje não foram divulgados, sob a justificativa de sigilo por se tratar de entidade privada.