Conselho dos Direitos da Mulher encaminhou proposta para que posse de Dilma tenha elementos da arte e cultura locais
O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher de Uberaba encaminhou proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a posse da sua sucessora no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, tenha elementos da arte e cultura locais. O documento defende a inclusão de cenários utilizando peças em juta, chita, bambu, palha e flores secas, visando à inovação da cerimônia e especialmente a valorização da produção ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa.
Ainda segundo a proposta, após a cerimônia, os convidados poderão levar as peças para suas casas como elementos decorativos, um marco da posse da primeira mulher eleita para presidir a República, se traduzindo em algo de valor histórico.
Presidente do Conselho, Marilda Ribeiro Resende (também coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres) revela que a iniciativa partiu das integrantes do projeto Beira da Estrada e foi deliberada em reunião do órgão em 22 de novembro. “Já que a eleição da Dilma rompeu com paradigmas, estamos defendendo um cerimonial diferenciado, mostrando a cultura brasileira em todas as suas manifestações”, defende a ex-vereadora e petista histórica.
Na defesa da inclusão destes elementos na cerimônia de posse, marcada para o dia 1º de janeiro, o documento encaminhado para Lula faz menção às peças que ele e a primeira-dama Marisa Letícia, receberam quando das últimas visitas a Uberaba. O petista ganhou uma luminária feita de bambu e chita e ela, um painel do Beira da Estrada.
A posse da presidente eleita será realizada no plenário Ulysses Guimarães do Congresso Nacional, a partir de 14h. São esperados cerca de 1.700 convidados para o evento, entre autoridades nacionais e internacionais. O PT Uberaba organiza uma caravana para acompanhar a cerimônia, revela Marilda, acrescentando que é grande a vontade de estar presente neste momento histórico.
Primeiro. Antes da posse, contudo, Dilma e o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), serão diplomados pela Justiça Eleitoral, nesta sexta-feira (17), em solenidade restrita a 250 convidados. O documento que os torna aptos a assumir o Palácio do Planalto e atesta a vitória nas urnas dos eleitos foi confeccionado pela Casa da Moeda. A Seção de Acervos Especiais do TSE guarda uma via dos diplomas entregues aos presidentes para assegurar o registro ao longo da História, informa a Assessoria de Imprensa do Tribunal.
Por isso, são feitos sempre dois documentos originais, um para ser guardado pela Justiça Eleitoral e outro para ser entregue ao diplomado. Assim, estão arquivados na seção os diplomas dos ex-presidentes Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Juscelino Kubitschek, e o atual, Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros.
Mas nem sempre foi assim: durante todo o período imperial até o início do século passado, o documento entregue ao candidato eleito era a ata da apuração, que continha o resultado das eleições. Era essa ata que habilitava o eleito para tomar posse. A partir da criação da Justiça Eleitoral, foi necessário instituir um documento para simbolizar e assegurar ao candidato a possibilidade de se apresentar com um documento redigido que o habilitasse a tomar posse, o que correu nos anos 1930.