Repasse de verba anunciado pelo prefeito na terça-feira, pode não ser suficiente para tirar algumas entidades assistenciais do vermelho.
Representantes de instituições sociais aguardavam anúncio de repasse de 30% dos valores reduzidos no início do ano, com expectativa de acordo com Mariângela Camargos, mas tem creche que ainda corre o risco de fechar as portas, por não conseguir se manter. É o caso da creche Frei Gabriel Frasanó, no bairro Fabrício. A coordenadora da entidade, Vera Amélia Diniz, afirma que não recebe verba do município desde o fim do ano passado e a situação da entidade tornou-se precária.
Vera disse que depende da ajuda de conhecidos para garantir a manutenção do local. Ela afirma também que a explicação do município para o corte no repasse, é de que no caso dela, o valor é suprido pelos servidores cedidos pela administração municipal para trabalharem no local. São cinco funcionários da Prefeitura atuando na creche. Vera reclama que o argumento não convence, porque até o ano passado a entidade recebia
R$ 851 do município, além da manutenção dos servidores na casa. Atualmente, a instituição não recebe nenhum centavo do Poder Público, o que está inviabilizando o funcionamento. Ela admitiu ainda que a creche tem inúmeras dívidas. “Até perdi a conta do montante e não sei como fazer para pagar”, salientou em tom de desespero.
A presidente da Central de Creches de Uberaba, Mariângela Camargos, disse que espera que o repasse confirmado pelo prefeito para o mês de setembro, seja suficiente para sanar os problemas da maioria das instituições. “Esperamos que o pagamento seja feito sem atraso, mas vamos acompanhar este processo dentro do semestre”, alertou.
Quanto à situação da creche Frei Gabriel Frasanó, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que a creche não tem convênio de repasse de recurso financeiro com o município. O que existe é apenas convênio de cessão de servidores, o que segundo o assessor Márcio Gennari ultrapassa o valor que seria repassado financeiramente. Ele informou ainda que o valor recebido pela instituição até o fim do ano passado, era referente ao Fundo Nacional de Assistência Social, e que deixou de ser repassado porque a creche passou a ter caráter de educação infantil. “A creche não tem direito a recursos financeiros municipais por causa do tipo de convênio que estabeleceu com o município”, acrescentou.