NO ESCANTEIO

Crucial para sua eleição, MG não recebeu visita de Lula no 1º ano de governo

Em 12 meses de mandato, Estado ficou de fora da agenda do presidente da República

O Tempo
Publicado em 19/12/2023 às 10:49
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Na imagem, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante discurso na Praça da Estação, em Belo Horizonte, durante a campanha presidencial de 2022 (Foto/Ricardo Stuckert/PR)

Com 16,2 milhões de eleitores aptos a votar, Minas Gerais, detentor do segundo maior colégio eleitoral do Brasil, exerceu um papel decisivo na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 30 de outubro de 2022, durante o segundo turno da corrida presidencial. A diferença apertada entre o candidato petista e seu adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi notável no Estado, com uma margem de 50,20% para o petista e 49,80% para o seu concorrente.

Apesar da vitória, durante o primeiro ano de seu terceiro mandato presidencial, Lula não realizou visitas a Minas Gerais, o que gerou descontentamento internamente entre os parlamentares governistas mineiros. A falta de presença do presidente tem alimentado expectativas de uma possível redenção no próximo ano, especialmente em função da eleição municipal, direcionando atenção à política local.

Aproximação com Rodrigo Pacheco gerou ciúme no PT

Essa carência também é evidente do outro lado, visto na crescente proximidade entre o presidente da República e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais. Os integrantes do PT no estado expressam descontentamento pela atenção dispensada ao senador, questionando por que Lula tem dado preferência a um político de outra sigla e não a quem o ajudou a ser eleito desde o primeiro momento. 

Uma das avaliações feitas e que preocupa petistas é a de que o isolamento percebido neste ano pode ter motivações eleitorais para 2026, possivelmente relacionado a uma possível dobradinha do partido com Rodrigo Pacheco ao governo de Minas Gerais. Isso significaria que o PT não apresentaria um candidato próprio ao cargo, algo que ocorreu apenas em duas eleições desde a redemocratização.

Recentemente, o presidente do Senado tem se destacado no debate político mineiro ao propor uma alternativa para o pagamento da dívida do Estado com a União, assumindo um papel de protagonismo. A aproximação entre Rodrigo Pacheco e Lula ocorre em um contexto no qual o PT busca se reerguer no Estado após a gestão de Fernando Pimentel (PT).

Ao longo deste ano, Lula realizou 15 viagens internacionais, abrangendo 24 países em quatro continentes, com exceção da Oceania. Sua atividade internacional foi intensa, interrompida apenas por fortes dores no quadril que exigiram uma cirurgia no final de setembro. E, já na volta das atividades após o repouso médico, ele cumpriu agenda em nações do Golfo Pérsico e na Alemanha. 

Em contrapartida, o presidente havia confirmado uma visita a Minas Gerais para o dia 27 de setembro, com o propósito de detalhar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC III) no Estado. Entretanto, por motivos de saúde, Lula cancelou suas agendas, e embora tenha sido considerada a possibilidade de remarcá-las para outubro, isso não se concretizou.

A ausência física do presidente no Estado, aliada à falta de um engajamento mais próximo com a base do partido por meio das redes sociais, tem gerado descontentamento entre os apoiadores, não apenas em Minas Gerais, mas também em Estados do Nordeste. A avaliação é a de que mesmo não presente fisicamente, o chefe do Executivo poderia ter se esforçado para gravar vídeos para militância ou enviar ministros do primeiro escalão em agendas de destaque.

Fonte: O Tempo

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