Ao lado de Tiago Mitraud, Felipe D’Ávila detalhou metas inseridas no seu plano de governo (Foto/Jairo Chagas)
Em Uberaba ontem para reunião com lideranças classistas e apoiadores, o candidato à Presidência Felipe d’Ávila (Novo) defendeu o aumento de parcerias com o setor privado para melhorar o atendimento em Saúde no país e, também, uma avaliação mais criteriosa das universidades públicas para definir sobre os investimentos em cada instituição.
O presidenciável concedeu entrevista à Rádio JM e detalhou metas inseridas no plano de governo, sendo uma delas a melhoria do atendimento em Saúde por meio de parcerias com o setor privado. Questionado, ele negou que a intenção seria uma privatização do SUS.
D’Ávila posicionou que hoje o SUS já funciona tendo parcerias com o setor privado, pois os hospitais filantrópicos e as santas casas são organizações privadas. Com isso, ele declarou que a proposta seria ampliar a parceria já existente. “A Saúde Pública não significa Saúde estatal. O que temos que fazer é aumentar ainda mais a eficiência dessas parcerias, criando metodologia de avaliação de serviço para poder realmente tirar do sistema os hospitais que não funcionam e aumentar o investimento nos que funcionam”, acrescentou.
O candidato do Novo ainda manifestou que poderia até ocorrer, por exemplo, o pagamento por leitos em hospitais privados para o atendimento à população. “Precisamos trazer hospitais privados para dentro do SUS para aproveitar a ociosidade dos hospitais privados e atender ao SUS. Não pode ter hospital ocioso no Brasil de hoje. Então, vamos remunerar esses hospitais privados como fazemos com o SUS para que a população possa ser atendida”, afirmou.
Quanto à Educação, o presidenciável criticou o fato de o país investir atualmente mais no Ensino Superior do que na Educação Básica e defendeu a necessidade de um foco maior no aprendizado de base. “O Brasil gasta quatro vezes mais com educação universitária do que com Educação Básica. O que já está errado por natureza”, alegou.
Por outro lado, D’Ávila negou que a proposta seria cortar recursos destinados para o Ensino Superior e remanejar a verba para o ensino de base. Segundo ele, dar maior atenção à Educação Básica não significa necessariamente aplicar mais verbas, mas sim introduzir um sistema moderno de avaliação da qualidade do aprendizado e até com um trabalho direto na formação de professores com mudança na grade curricular do curso de Pedagogia.
Em relação aos investimentos necessários, o candidato do Novo argumentou que os recursos do próprio FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) poderiam ser direcionados para custear as ações destinadas à melhoria do ensino de base. “É um dinheiro que a gente pode usar melhor. Está disponível e podemos reendereçar para melhorar a qualidade do aprendizado”, pontuou.
Apesar de assegurar que a verba para Ensino Superior não seria prejudicada, o presidenciável manifestou que uma avaliação precisa ser feita para definir a distribuição dos recursos e admitiu a possibilidade de fechamento de instituições que não passarem no crivo de qualidade. “Precisamos começar a cobrar da universidade para produzir qualidade no ensino. Àquelas que não o fizeram vamos criar mecanismos para enquadrá-las para que melhorem. Ou, em último caso, até fechar algumas instituições para redirecionar os recursos para as universidades que estiverem prestando um bom serviço”, finalizou.