Deputada teceu um comentário transfóbico (Foto/TV Câmara / Reprodução)
Durante sua fala na Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, da Câmara dos Deputados, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) fez um discurso transfóbico nesta terça-feira (11). Ela falava sobre a autodeclaração de quem se identifica como indígena, quando afirmou que é “obrigada” a aceitar pessoas trans pelo gênero que se identificam.
A parlamentar pediu direito de resposta após ser questionada pelo colega de estado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) sobre a legitimidade de sua identidade indígena.
“Se o senhor não aceita esta deputada, o problema não é meu, é seu, quem tem que aceitar a mim é meu pai, minha mãe e meus irmãos, e não o senhor. Eu não preciso do seu consentimento para ser considerada indígena. Eu preciso do reconhecimento do meu pai e de minha mãe”, disse.
Porém, durante o discurso, a deputada teceu um comentário transfóbico. “Os senhores querem que eu aceite alguém que se autodeclara mulher, sem ser mulher, biologicamente homem. Eu sou obrigada a aceitá-lo, mas não querem me aceitar”.
Ao ser questionada, Silvia Waiãpi explicou que mesmo sendo obrigada a aceitar pessoas transsexuais, assim o faz. E, mais uma vez, perguntou por que o mesmo não é feito com ela.
“Eu disse que sou obrigada a aceitar, não disse que não aceito [...] Então, é fácil, eu sou obrigada a aceitar, e aceito, e vocês não me aceitam”, concluiu.
Os crimes de homofobia e transfobia, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, desde 2019 são enquadrados pela Lei do Racismo. São determinados atos homofóbicos e transfóbicos aqueles que “envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém”.