Esta semana, a novíssima Lei Ficha Limpa eliminou em Minas dois candidatos a deputado das eleições de outubro. Grande defensor da aplicabilidade correta da legislação, o arcebispo metropolitano de Uberaba, dom Aloísio Roque Oppermann, considera que a proposta tem mostrado eficácia desde a entrada em vigência.
No entanto, ele não esconde a preocupação com questões pontuais e pendências capazes de gerar “brechas” na lei. Questionado sobre as liminares concedidas pelo STF permitindo a dois candidatos denunciados por tribunais o registro de candidaturas, o líder católico pondera. Segundo ele, tão importante quanto observar pendências jurídicas e argumentações dos ministros ao proceder ao voto, a finalidade do Ficha Limpa também está nas mãos dos partidos políticos. “As legendas devem evitar lançar pessoas com nomes sujos”, afirma.
Dom Roque analisa que muitos candidatos aproveitam os incidentes para promover verdadeira “falácia” na campanha com apelos emotivos. A postura pode acarretar o voto por piedade da população. Além do Ficha Limpa e rigor partidário, o arcebispo metropolitano defende ainda a observação rigorosa nas propostas e no passado dos candidatos antes de o eleitor decidir o voto.