Presidente do Legislativo recebeu ontem uma comissão de donos de imóveis e advogados que alegam ilegalidade na forma de inventariação (Foto/Divulgação)
Donos de imóveis que teriam sido inventariados para tombamento na década de 1980 estiveram na Câmara Municipal de Uberaba, no final da tarde dessa quinta-feira, para pedirem posicionamento em relação à falta de “ato administrativo” dos respectivos processos. A comitiva alegou ao presidente do Legislativo, vereador Fernando Mendes, que muitos proprietários nem foram notificados de que seus imóveis estariam sendo inventariados e acabaram multados por modificarem os mesmos. “As multas podem chegar a 300% do valor do imóvel e não existe qualquer tipo de processo formalizado sobre essa “suposta inventariação”, afirma o advogado Marcelo Frossard.
O advogado e historiador Guido Bilharinho explicou ao presidente e equipe que houve apenas a indicação de prédios que poderiam vir a ser inventariados, mas nenhum processo foi desenvolvido nesse sentido e, mesmo assim, os proprietários têm sofrido sanções. “O direito à propriedade está sendo ferido. O Conphau (Conselho de Patrimônio Artístico de Uberaba) não está colaborando com os proprietários”, disse.
Após ouvir atentamente a comitiva, o presidente Fernando Mendes se comprometeu em falar pessoalmente com a prefeita Elisa Araújo sobre a falta de documentos que legalizem a suposta inventariação desses imóveis. “É importante que tenhamos tudo apurado. Penso que a prefeita estará aberta a colaborar com ações que possam resolver a situação. Também vou fazer requerimento à Seplan sobre o posicionamento em relação a esses imóveis”, ressaltou.
Fernando Mendes mostrou-se preocupado com a situação e disse ser inadmissível que Uberaba fique parada no tempo e não revitalize o centro da cidade. “Temos exemplo de cidades onde o centro perde a importância comercial e acaba atraindo a marginalidade. Nossa Uberaba não pode ir na contramão do progresso”, disse, reafirmando que é importante preservar a história do município, mas que é preciso encontrar um denominador comum para que isso não trave o progresso. Segundo a legislação, um imóvel inventariado afeta seu entorno. Portanto, não são apenas os proprietários dos cerca de 200 imóveis em pauta que são afetados, mas de cerca de 400.